Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Apontado como um possível candidato à vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para 2022, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira sua desfiliação do PSDB, em um primeiro passo que pode tirar a negociação dos rumores para a realidade.
"Um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho", escreveu Alckmin em sua conta no Twitter.
Em uma nota oficial, o PSDB confirmou a desfiliação, esperada há meses.
"O PSDB-SP confirma que o ex-governador Geraldo Alckmin pediu sua desfiliação em carta encaminhada nesta quarta-feira, 15/12, ao Diretório Municipal do PSDB da capital", diz o texto.
O ex-governador não anunciou para qual partido irá e não deve fazê-lo neste momento, de acordo com uma fonte. A decisão do partido ao qual se filiará depende, ainda, de qual será o seu futuro político.
Como mostrou a Reuters, as conversas sobre uma possível chapa com Lula avançaram e há um interesse real do ex-governador na vaga de vice-presidente, mesmo o petista tendo sido um de seus maiores rivais políticos. No entanto, Alckmin e o ex-presidente ainda não sentaram juntos para conversar diretamente, apenas por intermediários.
Um encontro marcado para 3 de dezembro acabou desmarcado depois de ter vazado para a imprensa. Uma nova tentativa deve ser feita na semana que vem.
Se decidir ser candidato a vice-presidente, Alckmin deve ir possivelmente para o PSB, partido que praticamente já fechou uma aliança nacional com o PT.
Se o acordo não for para frente, Alckmin pode voltar seus olhos novamente para o governo de São Paulo, que já ocupou por quatro mandatos. Nesse caso, aceitaria o convite de Gilberto Kassab para se filiar ao PSD.