Por Andrew Hay e Steve Gorman
ALBUQUERQUE, NOVO MÉXICO (Reuters) - Alec Baldwin foi acusado novamente de homicídio culposo no tiroteio fatal contra a cinegrafista Halyna Hutchins no set do filme "Rust", reinstaurando um processo criminal contra o ator meses depois que as acusações anteriores foram retiradas.
O indiciamento desta sexta-feira, feito por um grande júri do Novo México, ocorreu após um teste forense independente concluir que Baldwin, de 65 anos, teria que puxar o gatilho de um revólver que estava usando em um ensaio para que ele disparasse o tiro que matou Hutchins.
A conclusão foi a mesma de um teste anterior do FBI sobre a arma.
os advogados de Baldwin, Luke Nikas e Alex Spiro, emitiram um comunicado nesta sexta-feira em nome de seu cliente dizendo: "Estamos ansiosos pelo nosso dia no tribunal".
Baldwin, o ator vencedor do Emmy que estrelou a comédia televisiva de sucesso da NBC "30 Rock", negou ter apertado o gatilho e disse que não era responsável pela morte de Hutchins no disparo de 21 de outubro de 2021 no set de filmagem no Novo México, perto de Santa Fé, capital do Estado.
O diretor do filme, Joel Souza, foi atingido e ferido pela mesma bala que matou Hutchins.
De acordo com um relatório policial, David Halls, o diretor assistente que entregou a arma a Baldwin, disse ao ator que a arma era "fria", um termo do setor que significa que não continha munição real ou mesmo cartuchos vazios.
A promotora especial Kari Morrissey disse anteriormente que apresentaria novas acusações contra Baldwin se o teste independente mostrasse que o revólver Colt .45 estava em "condições de funcionamento".
Os promotores anteriormente rejeitaram as acusações contra Baldwin com base em evidências de que o martelo do revólver poderia ter sido modificado, permitindo que ele disparasse sem que o gatilho fosse puxado.
O indiciamento de uma única página apresentado ao Primeiro Tribunal Distrital Judicial de Santa Fé acusa Baldwin de homicídio culposo de acordo com duas definições legais alternativas -- causar uma morte por "uso negligente de uma arma de fogo" e por agir "sem a devida cautela ou circunspecção".
Se o caso for levado ao tribunal, caberá a um júri decidir se Baldwin pode ser considerado culpado por uma ou outra definição. O homicídio involuntário é classificado no Novo México como um crime de quarto grau punível com até 18 meses de prisão.
Baldwin foi igualmente acusado de homicídio culposo em janeiro por meio de uma queixa criminal apresentada pelos promotores. Essas acusações foram retiradas em abril.
Um indiciamento do grande júri permite que os promotores evitem a etapa legal adicional de convencer um juiz, durante uma audiência probatória, de que há causa provável para prosseguir com o julgamento.
A armadora-chefe do filme, Hannah Gutierrez, que manuseou a arma antes de Halls, também foi acusada de homicídio culposo. Ela deverá ser julgada este ano. Halls assinou um acordo de confissão para o indiciamento de uso negligente de uma arma mortal.
"Nossos clientes sempre buscaram a verdade sobre o que aconteceu no dia em que Halyna Hutchins foi tragicamente baleada e morta", disse a advogada Gloria Allred, que representa os pais de Hutchins, Olga Solovey e Anatolii Androsovych, em um comunicado nesta sexta-feira.
"Eles continuam buscando a verdade em nosso processo civil, e também gostariam que houvesse responsabilização no sistema de justiça criminal", acrescentou Allred.
(Reportagem de Andrew Hay em Albuquerque, Novo México, e Steve Gorman em Los Angeles)