Por Martyn Herman
LUSAIL, Catar (Reuters) - As estrelas pareciam estar alinhadas com Lionel Messi quando ele chegou à Copa do Mundo do Catar como o talismã de uma seleção argentina que era simplesmente imbatível desde 2019.
Quando o jogador de 35 anos marcou um gol de pênalti aos 10 minutos da etapa inicial do primeiro confronto da Argentina contra a Arábia Saudita pelo Grupo C, parecia que toda a discussão pré-torneio sobre como este é o momento dele e do país era totalmente justificada.
O que aconteceu depois sugere que a quinta e última Copa do Mundo do sete vezes vencedor da Bola de Ouro pode terminar em uma decepção esmagadora.
A Arábia Saudita, a 51ª colocada no ranking da Fifa e que já sofreu derrotas por 5 x 0 e 8 x 0 em Copas do Mundo ao longo de sua história no torneio, reagiu para conquistar uma surpreendente vitória por 2 x 1 que será considerada uma das maiores surpresas de todos os tempos em qualquer esporte.
Enquanto torcedores sauditas comemoravam de forma delirante, centenas de torcedores da Argentina ficaram olhando para o nada, tentando descobrir o que havia acontecido.
Eles podem apontar os três gols anulados, um de Messi e dois de Lauturo Martínez, como azar.
Mas quando o choque passar, eles ficarão com raiva de como um time cheio de nomes conhecidos e que estava a um jogo de igualar a invencibilidade de 37 partidas da Itália no futebol internacional sofreu outra derrota na Copa do Mundo.
Ter um gol anulado por impedimento pode ser considerado lamentável. Três cheiraram a descuido da equipe de Lionel Scaloni, que deveria ter garantido a vitória antes do intervalo.
Quando Saleh Al-Shehri escapou de Cristian Romero com facilidade para empatar aos três minutos do segundo tempo, isso deveria ter feito os argentinos se concentrarem.
Em vez disso, eles pareciam abalados e, quando os sauditas atacaram novamente, cinco minutos depois, Salem Al-Dawsari passou pela marcação frágil para fazer um gol da vitória que o próprio Messi teria se orgulhado de ter em sua carreira.
Mesmo assim, com tanto tempo sobrando, a qualidade da Argentina deveria ter aparecido para evitar a humilhação.
Scaloni lançou Julian Alvárez, Lisandro Martínez e Enzo Fernández após os 15 minutos do segundo tempos de jogo, mas tiveram pouco efeito enquanto a Argentina atuava no ataque, com Angel Di María parecendo estar com as pernas pesadas e Messi continuamente parado pela defesa saudita.
A Argentina ainda pode salvar sua Copa do Mundo como fez em 1990, quando chegou à final depois de ser surpreendida por Camarões em seu jogo de estreia, mas Scaloni deve fazer uma séria reflexão antes do próximo jogo contra um perigoso time do México.
E com a Polônia também no grupo, os argentinos ficaram com pouco espaço para falhas e as esperanças de Messi estão por um fio.
(Reportagem de Martyn Herman)