Por Sarah Young e Michael Holden
LONDRES (Reuters) - Uma assessora da família real britânica deixou seu cargo depois de fazer comentários "inaceitáveis e profundamente lamentáveis" sobre raça e nacionalidade a uma mulher em um evento no Palácio de Buckingham, disse um porta-voz nesta quarta-feira.
Ngozi Fulani, que nasceu no Reino Unido e trabalha para um grupo de apoio à violência doméstica, escreveu no Twitter que a assessora real perguntou repetidamente a ela: "De que parte da África você é?" quando ela participou de um evento organizado pela esposa do rei Charles, Camilla, a rainha consorte, na terça-feira.
"Levamos este incidente extremamente a sério e investigamos imediatamente para estabelecer todos os detalhes. Neste caso, comentários inaceitáveis e profundamente lamentáveis foram feitos", disse um porta-voz do Palácio de Buckingham em um comunicado.
O porta-voz disse que a pessoa em questão, referida por Fulani como Lady SH, queria se desculpar pela dor causada e se afastou de seu cargo honorário com efeito imediato.
Nem Fulani nem o palácio identificaram a assessora em questão, com o porta-voz dizendo que a acusada não faria nenhum comentário. A mídia britânica disse que se trata de Lady Susan Hussey, a madrinha de 83 anos do filho de Charles e herdeiro príncipe William.
O porta-voz de William disse que ficou muito desapontado ao saber do incidente.
"Obviamente, eu não estava lá, mas o racismo não tem lugar em nossa sociedade", disse o porta-voz. "Os comentários foram inaceitáveis e é certo que a pessoa tenha se afastado com efeito imediato."
O incidente é o mais recente a envolver a família real em acusações de racismo, depois que o filho mais novo de Charles, o príncipe Harry, e sua esposa Meghan fizeram acusações em uma entrevista com Oprah Winfrey em março de 2021.
(Reportagem de Sarah Young)