Por Karolos Grohmann
PEQUIM (Reuters) - A política entrou nas Olimpíadas nesta quinta-feira, quando uma autoridade dos Jogos de Inverno de Pequim falou sobre Taiwan e Xinjiang, afirmando que há apenas "uma China", as primeiras declarações desse tipo do país anfitrião desde o início da competição.
O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI) Mark Adams foi questionado na coletiva de imprensa diária sobre a presença de Taiwan na cerimônia de encerramento no domingo. Após seus comentários, o porta-voz dos Jogos de Pequim, Yan Jiarong, disse: "Existe apenas uma China".
Sua declaração reitera a posição da China em relação à democraticamente governada Taiwan, a qual reivindica como seu próprio território "sagrado".
Mais tarde, Yan novamente insistiu em fazer uma declaração sobre Xinjiang quando um repórter dirigiu uma pergunta ao COI sobre o material da região chinesa de Xinjiang sendo usado em roupas.
"O chamado trabalho forçado em Xinjiang é mentira inventada por determinados grupos", disse Yan.
Grupos de direitos humanos acusam algumas empresas têxteis que usam materiais de Xinjiang de ignorar os abusos da população uigur na região. A China nega todas as acusações de abuso e rejeita repetidamente as alegações de que administra uma rede de campos de trabalhos forçados em Xinjiang.
Em meio a um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno pelos Estados Unidos, Reino Unido e outras nações ocidentais por conta do histórico de direitos humanos da China, o COI tem buscado manter a política fora dos Jogos de Pequim.