LONDRES (Reuters) - A BBC precisa agir logo para restaurar a confiança depois que um relatório sobre a forma como a rede conseguiu uma entrevista com a princesa Diana em 1995 expôs falhas no cerne da emissora mantida com fundos públicos, disse o governo do Reino Unido nesta segunda-feira.
O secretário da Cultura britânico, Oliver Dowden, disse que o governo não "ficará assistindo" depois do relatório, que concluiu que o jornalista Martin Bashir obteve a concordância de Diana agindo de má-fé e que mais tarde os chefes da BBC acobertaram seu erro.
"Não faremos reformas às pressas, mas usaremos o mandato intermediário (de 2022) para determinar se a governança e os arranjos regulatórios deveriam ser fortalecidos", escreveu Dowden no jornal Times nesta segunda-feira.
Ele disse que "a BBC pode sucumbir ocasionalmente a uma atitude do tipo 'sabemos o que fazemos' que se afasta tanto do senso crítico quanto dos valores de todas as partes da nação que ela serve".
"O fisiologismo em qualquer organização resulta na falta de desafio e na tomada de decisões ruins", disse. "É por isso que a mudança cultural precisa ser um foco do diretor-geral e novo presidente na esteira do relatório Dyson".
O inquérito comandado pelo ex-juiz John Dyson sobre a entrevista de 1995 provocou críticas generalizadas à emissora, incluindo uma repreensão inédita do filho mais velho de Diana, o príncipe William.
O conselho da rede disse nesta segunda-feira que analisará a eficácia das políticas editoriais e de governança da emissora, financiada por uma taxa de licenciamento paga por todos os telespectadores domésticos.
(Por Michael Holden e Paul Sandle)