Por Nidal al-Mughrabi e Dan Williams
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Vinte e oito bebês nascidos prematuramente, retirados do maior hospital de Gaza, foram levados ao Egito para tratamento urgente nesta segunda-feira, enquanto autoridades palestinas e a OMS afirmaram que 12 pessoas foram mortas em outro hospital de Gaza cercado por tanques israelenses.
Os recém-nascidos estavam no hospital Al Shifa, no norte de Gaza, onde vários outros morreram após a inutilização de suas incubadoras em meio ao colapso dos serviços médicos durante o ataque militar de Israel à Cidade de Gaza.
As forças israelenses capturaram Shifa na semana passada para procurar o que disseram ser uma rede de túneis pertencente ao militantes islâmicos do Hamas construída no subterrâneo.
Centenas de pacientes, equipes médicas e pessoas deslocadas deixaram Shifa no fim de semana. O médicos disseram que foram expulsos pelas tropas, enquanto Israel afirmou que as partidas foram voluntárias.
Imagens ao vivo transmitidas pela TV Al Qahera do Egito mostraram equipes médicas retirando cuidadosamente bebês de dentro de uma ambulância e colocando-os em incubadoras móveis, então transportadas por um estacionamento em direção a outras ambulâncias.
Os bebês foram levados no domingo para um hospital em Rafah, na fronteira sul de Gaza, governada pelo Hamas, para terem seus estados estabilizados antes da transferência para o Egito.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que 12 pessoas foram levadas de avião para o Cairo.
Todos os bebês retirados estavam "lutando contra infecções graves", disse um porta-voz da OMS.
Oito bebês morreram desde que os médicos de Shifa fizeram o alerta internacional neste mês sobre os 39 prematuros em risco devido à falta de controle de infecções, água potável e medicamentos na enfermaria neonatal.
No Hospital Indonésio, financiado por Jacarta, o Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 12 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos por disparos contra o complexo cercado por tanques israelenses.
Autoridades de saúde disseram que 700 pacientes e funcionários estavam sob fogo israelense.
A agência de notícias palestina WAFA disse que a instalação na cidade de Beit Lahia, no nordeste de Gaza, foi atingida por tiros de artilharia. A equipe do hospital negou que houvesse militantes armados no local.
O chefe da OMS, Tedros, disse estar "horrorizado" com o ataque que ele também disse ter matado 12 pessoas, incluindo pacientes, citando relatos não específicos.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) disseram que as tropas dispararam contra combatentes no hospital enquanto tomavam "numerosas medidas para minimizar os danos" aos não-combatentes.
"Durante a noite, terroristas abriram fogo de dentro do Hospital Indonésio em Gaza contra as tropas israelenses que operavam fora do hospital", disse a IDF à Reuters.
"Em resposta, as tropas da IDF atacaram diretamente a fonte específica do fogo inimigo. Nenhum projétil foi disparado contra o hospital."
(Reportagem adicional de Clauda Tanios, em Dubai, Emma Farge, em Genebra, e redações da Reuters)