Por Trevor Hunnicutt e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo inflamado ao presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira, para que se afaste da guerra com a Ucrânia, falando duramente de "morte e destruição desnecessárias" que Moscou poderia causar e da indignação internacional que Putin enfrentaria.
Em um pronunciamento televisionado nacionalmente, Biden disse que os Estados Unidos estimam que 150.000 soldados russos agora cercam a Ucrânia, acrescentando que, embora sejam bem-vindos os relatos de que algumas forças tenham se retirado, eles não foram verificados e uma invasão continua sendo uma possibilidade.
Biden afirmou que a diplomacia continua sendo uma saída bem-vinda. Se a Rússia invadir a Ucrânia, os Estados Unidos e seus aliados estão preparados para responder com penalidades destinadas a causar dor econômica e isolamento global, disse ele.
Muitos dos comentários de Biden foram direcionados diretamente a Putin, que tem exigido que a Otan não aceite a Ucrânia como membro e interrompa qualquer expansão para o leste.
"Os Estados Unidos e a Otan não são uma ameaça para a Rússia. A Ucrânia não está ameaçando a Rússia. Nem os EUA nem a Otan têm mísseis na Ucrânia. Nós não temos, não temos planos de colocá-los lá também. Não estamos mirando as pessoas da Rússia. Não buscamos desestabilizar a Rússia", disse Biden.
O presidente norte-americano também apelou diretamente aos cidadãos russos.
"Para os cidadãos da Rússia: vocês não são nossos inimigos, e não acredito que queiram uma guerra sangrenta e destrutiva contra a Ucrânia", disse Biden, na Casa Branca.
Os custos humanos e estratégicos seriam “imensos” para a Rússia se ela atacar, declarou ele. "O mundo não esquecerá que a Rússia escolheu morte e destruição desnecessárias", disse Biden.
O presidente afirmou que os Estados Unidos "não estão buscando um confronto direto com a Rússia", mas que, se a Rússia atacar norte-americanos na Ucrânia, "responderemos com força".
Biden disse que os EUA e seus aliados da Otan estão preparados para o que quer que aconteça e que a Rússia pagará um alto preço econômico se Moscou lançar uma invasão.
Ele disse que um ataque russo à Ucrânia continua sendo uma possibilidade, e afirmou que relatos de que algumas forças russas se afastaram da fronteira ucraniana ainda não foram verificados pelos EUA.
"Estamos prontos para responder decisivamente a um ataque russo à Ucrânia, que continua a ser uma possibilidade", declarou Biden.
(Reportagem de Trevor Hunnicutt e Steve Holland)