Por Max Hunder
KIEV (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nova ajuda militar para a Ucrânia no valor de 500 milhões de dólares durante uma visita surpresa a Kiev nesta segunda-feira, quase um ano após a Rússia invadir a Ucrânia.
Biden também disse que sanções adicionais serão anunciadas esta semana contra a elite russa e empresas que tentam escapar das sanções para "apoiar a máquina de guerra russa".
O pacote de ajuda militar incluirá munições de artilharia, sistemas antiarmamento e radares de vigilância aérea "para ajudar a proteger o povo ucraniano dos bombardeios aéreos", disse ele.
"O custo que a Ucrânia teve que pagar é extraordinariamente alto. Os sacrifícios têm sido muito grandes", disse Biden aos repórteres em Kiev, onde teve conversas com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
Biden parecia não fazer nenhuma menção aos caças, que a Ucrânia tem buscado dos aliados ocidentais para ajudá-la a repelir as forças russas.
Sirenes de ataque aéreo soaram quando Biden, 80 anos, caminhou com Zelenskiy pelo centro de Kiev, mas não houve relatos de ataques aéreos ou mísseis russos.
Visitando a capital ucraniana pela primeira vez desde o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, Biden disse que Washington ficará ao lado da Ucrânia o tempo que for necessário.
Biden disse que sua viagem busca "reafirmar nosso compromisso inabalável e incansável com a democracia, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
Os Estados Unidos têm sido de longe o maior fornecedor de assistência militar para ajudar a Ucrânia a repelir os invasores russos mais bem equipados.
"Esta visita do presidente dos EUA à Ucrânia, a primeira em quinze anos, é a visita mais importante de toda a história das relações Ucrânia-EUA", disse Zelenskiy.
O chefe de pessoal de Zelenskiy postou fotografias de Biden em óculos de sol caminhando lado a lado com Zelenskiy, que estava vestindo sua marca registrada de roupas de estilo militar.
Kiev está se preparando para uma possível nova grande ofensiva russa que alguns analistas militares dizem já estar em andamento no leste.
Em um discurso, Biden elogiou a coragem da Ucrânia durante a guerra, acrescentando: "Eu sabia que estaria de volta".
As sirenes que alertam sobre ataques aéreos soaram enquanto Zelenskiy e Biden estavam dentro da Catedral de São Miguel em uma praça no centro de Kiev, onde tanques russos queimados foram colocados.
A viagem de Biden caiu no dia em que a Ucrânia marcou a morte de mais de 100 pessoas -- agora conhecidas como os Cem Céus -- em protestos anti-governamentais que eventualmente derrubaram um presidente apoiado por Moscou em 2014.
Várias estradas principais no centro de Kiev foram fechadas ao trânsito na segunda-feira de manhã. Os motoristas esperavam no trânsito enquanto reuniam multidões de pedestres que espreitavam as barricadas para ter uma idéia de quem tinha vindo à capital.