Por Henriette Chacar e Ali Kucukgocmen e Humeyra Pamuk
ANTÁQUIA, Turquia (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse à Turquia nesta segunda-feira que os EUA fornecerão ajuda "pelo tempo que for necessário" após os terremotos mortais de duas semanas atrás, enquanto as autoridades turcas realizam uma ampla demolição dos edifícios danificados.
Washington tem enviado equipes de busca e resgate para a Turquia, juntamente com suprimentos médicos, máquinas para quebrar concreto e financiamento adicional em ajuda humanitária que também abrange a Síria.
Os laços entre os dois países que integram a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm sido tensos devido a questões como a compra de sistemas de defesa antimíssil russos por Ancara em 2019, a expansão da Otan e o apoio dos EUA aos combatentes curdos no nordeste da Síria, considerados terroristas por Ancara.
"A Turquia e os Estados Unidos não concordam em tudo, mas é uma parceria que tem resistido aos... desafios", disse Blinken em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, em Ancara.
A assistência humanitária total dos EUA para apoiar na resposta aos terremotos na Turquia e na Síria alcançou 185 milhões de dólares, segundo o Departamento de Estado dos EUA.
Çavuşoğlu disse que ele e Blinken discutiram uma compra planejada de aviões de guerra F-16 norte-americanos de 20 bilhões de dólares e que a Turquia gostaria que o governo dos EUA enviasse uma notificação formal da potencial venda dos F-16s ao Congresso.
Nesta segunda-feira, os trabalhos de resgate foram encerrados duas semanas após os terremotos de 6 de fevereiro que mataram mais de 46.000 pessoas no sul da Turquia e no noroeste da Síria.
O número de mortos na Turquia subiu para 41.156, disse a Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres do país (Afad), e espera-se que aumente ainda mais, com cerca de 385.000 residências no país destruídas ou seriamente danificadas e muitas pessoas ainda desaparecidas.
(Reportagem de Henriette Chacar, Ali Kucukgocmen, Huseyin Hayatsever e Ezgi Erkoyun)