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Bolsonaro ataca Lula e diz que esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública

Publicado 07.09.2022, 17:43
Atualizado 07.09.2022, 18:30
© Reuters. Bolsonaro cumprimenta apoiadores no Rio de Janeiro
07/09/2022
REUTERS/Ricardo Moraes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), partiu para o ataque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisa eleitorais, disse que esse tipo de gente tem de ser "extirpado da vida pública" e que "não é ladrão", em um duro discurso que fez no Rio de Janeiro em evento de campanha, após rápida participação em ato oficial de comemoração ao Bicentenário da Independência.

Na fala em um palanque perto do Forte de Copacabana, Bolsonaro disse que o conhecimento garante a liberdade e que ela não tem preço e voltou a fazer comparações do Brasil com países da América do Sul, citando nações governadas por presidentes de esquerda, simpáticos a Lula.

Sem citar nominalmente o adversário, o presidente chamou-o de "quadrilheiro".

"Não é apenas não voltar à cena do crime, esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública", disse.

Nesta semana, a campanha do candidato à reeleição subiu o tom e passou a usar pessoas chamando o ex-presidente de ladrão em suas peças de propaganda no rádio e na TV. Segundo fontes da campanha, a ideia é intensificar ataques sobre casos de corrupção nas gestões petistas para desgastar Lula.

Bolsonaro, que em ato em Brasília mais cedo pediu que seus eleitores votem em outubro, disse no Rio aos apoiadores para não tentar convencer os esquerdistas.

"Faça o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista. Vejam os argumentos deles. Não têm argumentos. São cabeças vazias. Pessoas que não têm nada a acrescentar", afirmou.

Este ano, tanto nos eventos em Brasília quanto no Rio, Bolsonaro não fez ataques contundentes à cúpula do Judiciário nem fez ataques ao sistema eleitoral por meio das urnas eletrônicas. No ano passado, na Avenida Paulista, ele chegou a ameaçar não acatar decisões judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A campanha à reeleição de Bolsonaro comemorou o fato de ele não ter disparado de forma mais incisiva contra o STF e o TSE, de acordo com duas fontes. Eles avaliam que os ataques não ajudam na tarefa do presidente de reduzir seus índices de rejeição e conquistar votos para se reeleger.

No Rio, o presidente também participou de uma motociata, depois esteve em um palanque oficial para acompanhar evento cívico-militar em comemoração ao Bicentenário da Independência, antes de ir para o ato eleitoral. Os dois eventos foram em Copacabana.

O evento oficial teve salvas de tiros de canhões e outras demonstrações militares. Além disso, a Marinha organizou uma parada naval, com navios brasileiros e de outros países.

DEFESA DOS EMPRESÁRIOS

No ato eleitoral, Bolsonaro também saiu em defesa dos empresários que foram alvos recentemente de uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal com autorização de Alexandre de Moraes. Nos atos em Brasília e no Rio ele esteve em vários momentos ao lado de Luciano Hang, um dos alvos da operação.

"Hoje (quarta) estive com empresários acusados de golpistas, pelo amor de Deus, não tiveram nada mais do que sua privacidade violada. Quero que cada vez mais vocês tenham liberdade para decidir seu futuro", a milhares de pessoas que estavam no ato.

© Reuters. Bolsonaro participa de ato eleitoral no Rio de Janeiro, durante as festividades do Bicentenário da Independência
07/09/2022
REUTERS/Ricardo Moraes

O presidente disse ter certeza que haverá um país muito melhor com a reeleição e fez uma defesa das mídias sociais.

"Vocês sabem o que está acontecendo, o nosso governo não permite qualquer controle das mídias sociais. As mídias sociais vieram para libertar a nossa população, esperem uma reeleição para vocês verem se todos não vão jogar dentro das linhas da Constituição", exaltou.

(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília, e Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Stargardter, no Rio de Janeiro)

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