Por Carla e Carniel e Anthony Boadle
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez críticas nesta sexta-feira à plataforma de mensagens Whatsapp, que anunciou um acordo para não liberar grupos de grande porte no aplicativo até as eleições presidenciais deste ano, conforme publicado por veículos de imprensa.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o Whatsapp lançou na quinta-feira um estágio experimental de uma nova ferramenta que abrigará grupos com milhares de usuários. Segundo o jornal, a empresa se comprometeu com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a não estrear a ferramenta antes de eventual segundo turno da eleição no Brasil, marcado para o fim de outubro.
“Isso que o Whatsapp está fazendo no mundo todo não tem problema, mas abrir excepcionalidade no Brasil é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido esse acordo se porventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que tenho até o presente momento”, disse o presidente durante motociata no estado de São Paulo. A fala foi transmitida pela Jovem Pan.
Milhares de motociclistas acompanharam Bolsonaro em trajeto entre São Paulo e a cidade de Americana ao longo de 100 quilômetros de rodovias.
"É uma participação fantástica", disse o presidente vestindo uma jaqueta de couro preta em uma parada para cumprimentar seus apoiadores que foi transmitida nas mídias sociais.
Bolsonaro mobiliza apoiadores em motociatas e carreatas em todo o Brasil enquanto faz campanha pela reeleição em outubro, quando deve enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de opinião.
Bolsonaro prometeu aos motociclistas que vai acabar com os pedágios para eles nas estradas federais.
Entre os que participaram do ato estava o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas, que renunciou para concorrer ao governo de São Paulo.
O Partido dos Trabalhadores (PT) questiona os atos no TSE, alegando que as carreatas de Bolsonaro são propaganda ilegal porque a campanha eleitoral só começa oficialmente em 15 de agosto.
Os organizadores da carreata definiram o comício como um evento religioso chamado "Acelera para Cristo" e o anunciaram em um vídeo nas redes sociais como "O Apocalipse das motos", dizendo que seria o maior de todos os tempos.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não divulgou um número de participantes no ato, mas disse que o custo ao contribuinte foi de 1 milhão de reais na implantação do policiamento, veículos e drones.
(Por Carla Carniel e Anthony Boadle)