Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que tem havido uma "grita geral" sobre se o governo vai conceder um reajuste salarial apenas para servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penintenciário Nacional (Depen), mas ressaltou que a alternativa pode ser todo mundo ficar sem aumento.
Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que os servidores merecem reajuste, mas reconheceu que não existe uma folga no Orçamento da União no corrente ano.
O presidente afirmou que pode fazer justiça com três categorias do funcionalismo e não com os demais.
"Fica aquela velha pergunta a todos: vamos salvar três categorias ou vai todo mundo sofrer no corrente ano? O tempo vai dizer como a gente vai decidir. Não quero que a gente cometa injustiça com servidor publico", disse.
"Reconhecemos trabalho, a defasagem, a inflação veio pesada. Mas foi preço alto da pandemia... reconheço o trabalho dos servidores, merecem reajuste, não tem folga no Orçamento para o corrente ano. Conversei para o próximo ano, bastante longe, por ocasião da feitura do mesmo tem reajuste merecido", emendou ele.
Mesmo após os recentes protestos de servidores e ameaças de greve, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém a defesa de que não seja concedido reajuste salarial a nenhuma categoria do funcionalismo, nem mesmo a profissionais da segurança pública, informaram à Reuters fontes que participam de reuniões na pasta.
O Congresso Nacional reservou no Orçamento de 2022 aprovado um aumento para as três categorias da segurança pública federal, mas o texto precisa da sanção de Bolsonaro para ser efetivado.
Na mesma entrevista, o presidente indicou que há a possibilidade de que servidores públicos federais sejam contemplados com um reajuste salarial no próximo ano.