Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o mais recente pedido de impeachment contra ele apresentado na véspera por um grupo de juristas trata-se de "balela", e desafiou que apresentem um processo que aponte corrupção em seu governo.
O pedido protocolado na quarta-feira na Câmara foi preparado por um grupo de juristas a partir de fatos apurados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado sobre a conduta do governo federal durante a crise da Covid-19. A Câmara já acumula mais de 140 pedidos de impeachment apresentados contra Bolsonaro.
"Eu estava vendo hoje na tevê de orelhada, 'olha, ele está recebendo o centésimo quadragésimo processo de impeachment'. Tudo balela, tudo palhaçada", disse o presidente na transmissão semanal ao vivo por redes sociais.
"Não tem impeachment sem povo na rua. Cadê a denúncia de corrupção?", questionou, minimizando as acusações de ter sido "cúmplice do vírus" e de charlatanismo.
Ao comentar sobre um dos autores do pedido, o jurista Miguel Reale Júnior, Bolsonaro ironizou o fato de ser um idoso e disse que ele deveria "terminar a vida com dignidade", em vez de "fazer papel e marionete da esquerda".
"Entra com pedido de impeachment por corrupção, porra, estou aguardando por corrupção", desafiou.
Na live desta quinta, Bolsonaro também comemorou a aprovação no Congresso de projeto que prorroga a desoneração de 17 setores da economia, e afirmou que sem ele haveria "demissão em massa".