Por Rodrigo Viga Gaier
DUQUE DE CAXIAS, Rio de Janeiro (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, pediu nesta sexta-feira que aliados levem pais e avós para votar no segundo turno da eleição no próximo dia 30, em mais uma iniciativa no esforço para tentar conseguir a virada sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No primeiro turno, a abstenção atingiu 20,95% do eleitorado e quase 33 milhões de pessoas não foram às urnas.
“Vamos levar país e avós para votar", apelou Bolsonaro ao público que lotou uma praça em Duque de Caxias (RJ), para acompanhar um ato de campanha, argumentando que as pessoas mais velhas têm mais experiência e terão sabedoria ao votar.
Os apoiadoras de Bolsonaro lotaram prédios no entorno e ocuparam janelas para acompanhar o evento do presidente.
Bolsonaro comentou também a demora em alguns locais de votação no primeiro turno --no Rio, a votação só terminou perto das 23h-- e previu mais rapidez no dia 30.
“Tenho certeza que as pessoas vão comparecer para votar. O voto no segundo turno será bem rápido, é só pra presidente", disse, referindo-se ao Estado do Rio, onde o governador Cláudio Castro (PL) garantiu a reeleição já no primeiro turno.
Uma fonte do PL disse que há um receio de a abstenção permanecer alta no segundo turno. A votação ficará entre dois feridos, do servidor público, na sexta-feira antes da votação, e Finados, na quarta-feira seguinte. Além disso, no caso do Rio, a votação acontecerá um dia após a final da Libertadores. Muitos torcedores do Flamengo estarão na final no Equador e, se o time for campeão, está prevista uma grande festa na chegada, o que pode gerar algum tumulto na cidade.
Mais tarde, a jornalistas, Bolsonaro falou sobre o apelo para que a população compareça às urnas.
“Acho que a abstenção vai cair bastante; temos lideranças mobilizadas pelo Brasil todo e com certeza vai cair. Esse pessoal que não foi votar, a grande maioria vota na gente“, avaliou. Especialistas dizem, no entanto, que a abstenção costuma ser mais alta nas camadas de renda mais baixa, onde Lula é mais bem votado.