BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil defendeu nesta terça-feira sua decisão de permitir que aviões militares britânicos que voam para as Ilhas Malvinas parem em aeroportos brasileiros, em pousos que incomodaram a Argentina.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse em nota à Reuters que, embora apoie as reivindicações de soberania da Argentina sobre as ilhas, esse apoio "não afeta as relações do Brasil com o Reino Unido, importante parceiro do Brasil".
O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, reclamou na semana passada sobre o aumento de voos parando no Brasil a caminho das Ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.
Scioli disse que houve sete voos da Real Força Aérea em janeiro que aterrissaram no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
"A posição brasileira de autorização de sobrevoo e pouso de aeronaves militares britânicas na rota das Malvinas pauta-se pelo princípio de não contribuir para a modernização e a ampliação dos meios militares e do potencial bélico do Reino Unido naquele arquipélago", afirmou o Itamaraty.
A nota informa que o Brasil autorizou o pouso e a atracação de aviões e navios britânicos a caminho das Malvinas quando os pedidos envolveram situações de emergência, missões de busca e salvamento ou motivos de saúde e humanitários.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse que o número de autorizações de sobrevoo e pouso concedidas a aeronaves militares britânicas varia de ano para ano, indo de 150 em alguns anos a apenas 1 em outros.
O governo britânico rejeitou as preocupações argentinas dizendo que eram voos de rotina e que quaisquer alegações de militarização eram totalmente falsas.
(Reportagem de Anthony Boadle)