RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil registrou no ano passado uma queda de 6,5% no número de mortes violentas, mas permaneceu entre os países mais violentos do mundo com 47.503 vítimas de homicídio, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta terça-feira, que apontou ainda um aumento de 4,2% nos casos de estupros.
A taxa de homicídios de 22,3 por 100 mil habitantes no país em 2021 é a menor da série histórica iniciada em 2012, que teve pico de 30,9 em 2017, segundo os números do anuário compilado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar da redução, o Brasil foi responsável por 20,4% dos homicídios no mundo entre 102 países selecionados pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano passado, o que o coloca como um dos lugares mais violentos, de acordo com o levantamento. Os Estados Unidos, por exemplo, têm taxa de homicídio de 6,52 por 100 mil habitantes e a Índia, de 2,95.
A letalidade policial também caiu no Brasil no ano passado, com recuo de 4,9%, para um total de 6.145 mortos em intervenções policiais. Os negros são a maioria absoluta das vítimas, representando mais de 84%, de acordo com o anuário.
Houve aumento generalizado de roubos no ano passado, com alta de 6,5% nos assaltos a estabelecimentos comerciais, de 4,7 a residências, 11% a instituições financeiras e 2,4% nos roubos de cargas.
O documento também apontou um aumento de 4,2% nos casos de estupro, com um total de 66.020 casos, sendo que 61,3% das vítimas tinham até 13 anos. Em quase 80% dos casos o autor era conhecido da vítima, de acordo com o levantamento.
O anuário também apontou aumento de 7,2% nos homicídios contra pessoas LGBTQIA+ e de 35,2% nas agressões contra essa população, assim como crescimento de 31% nos casos de racismo.