Por Rodrigo Viga Gaier
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ednaldo Rodrigues enviou nesta segunda-feira às maiores entidades ligadas ao futebol -- Fifa, Uefa e Conmbebol -- documento pedindo providências contra atos de racismo nos estádios e uma reunião com o presidente da liga espanhola de futebol, considerado omisso pelo dirigente brasileiro.
O documento é uma reposta da CBF às ofensas raciais direcionadas ao atacante brasileiro Vinícius Jr em jogo do campeonato espanhol no último domingo. O atacante foi xingado de "macaco" dentro e fora do estádio Mestalla, onde ocorreu partida do Real Madrid contra o Valencia.
"Nesse documento ao presidente da Fifa, nós copiamos os presidentes de Uefa, Conmebol e da Federação Espanhola, com o qual teremos uma reunião ainda nesse começo de junho para tratar de questões com relação ao racismo", destacou Rodrigues.
Para Rodrigues, o presidente de La Liga, Javier Tebas, foi omisso ao lidar com a situação.
"Ele é um cidadão que foi questionar a vítima (Vinícius Jr), portanto está no lugar errado... Nosso repúdio ao presidente da La Liga", afirmou, em entrevista à CBF TV.
O dirigente da CBF disse esperar uma reação das entidades e defendeu que elas possam definir punições mais severas para casos como este, além multas e perda de pontos.
"Entendo que a Conmebol, Uefa e Fifa têm que fazer isso. O que sempre temos colocado é pedido destemor e que se possa fazer punições severas e não fique só na aplicação da multa. Esse é um dinheiro que a CBF não quer para seus cofres. A CBF não quer receita porque liberou um racista", adicionou.
A CBF tem mantido contato com o jogador e seu agente.
Na serie C do campeonato brasileiro, um torcedor foi detido após ofensas ao goleiro do time adversário que é negro.