Por Gabriel Crossley
PEQUIM (Reuters) - A China ordenou às emissoras nesta quinta-feira que evitem artistas com "posições políticas incorretas" e estilos "afeminados", e disse que uma atmosfera patriótica precisa ser cultivada, ampliando a repressão à sua crescente indústria de entretenimento.
Depois de anos de crescimento descontrolado na segunda maior economia do mundo, os reguladores têm tentado fortalecer o controle sobre a sociedade chinesa, aumentando a supervisão em relação a uma ampla faixa de setores que vão desde tecnologia até educação e cultura.
As autoridades do Partido Comunista podem censurar qualquer coisa que acreditem que viole os valores fundamentais do sistema socialista e já têm regras rigorosas sobre conteúdos, que vão desde videogames a filmes e música.
As últimas ações que controlam a indústria do entretenimento vêm na sequência de uma série de escândalos de celebridades envolvendo sonegação de impostos e agressão sexual.
Dois ministérios do governo, uma agência do partido e uma associação da indústria publicaram novas diretrizes nesta quinta-feira, com o departamento de publicidade do partido criticando alguns na indústria do entretenimento por sua alegada má influência sobre os jovens e por "poluir gravemente a atmosfera social".
O NRTA, órgão de nível ministerial, disse que reforçará a regulamentação dos salários das estrelas e punirá os sonegadores de impostos, acrescentando que eliminaria qualquer conteúdo em programas culturais que considere prejudicial à saúde.
O aviso dizia ainda que os programas que retratam comportamento "afeminado" e outros conteúdos considerados "distorcidos" deveriam ser interrompidos, junto com programas construídos em torno de escândalos, riqueza ostensiva e celebridades "vulgares" da internet.
(Por Gabriel Crossley, Brenda Goh e redação de Pequim)