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Cidades da Amazônia Legal têm taxa de mortes violentas 54% superior ao restante do Brasil, diz anuário

Publicado 20.07.2023, 15:15
© Reuters. Manifestantes protestam no aniversário de um ano da morte do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira no Rio de Janeiro
05/06/2023 REUTERS/Pilar Olivares

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Cidades localizadas na região da Amazônia Legal tiveram uma taxa de mortes violentas intencionais no ano passado 54% superior ao registrado no restante do Brasil, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta quinta-feira.

O levantamento aponta que houve 33,8 mortes desse tipo depor 100 mil habitantes nos 425 municípios da Amazônia Legal -- formada pelos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão. Nas demais cidades brasileiras, a taxa foi de 21,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes.

A média nacional em 2022 ficou em 23,4 mortes por 100 mil habitantes, o que representou um total de 47.508 vítimas -- ainda assim, houve uma queda de 2,4% na comparação com 2021. A maior taxa, de 50,6 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, foi registrada no Estado do Amapá, enquanto a menor ficou em São Paulo, com 8,4.

A categoria mortes violentas intencionais corresponde à soma de vítimas por homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e for a de serviço.

O estudo aponta pelo menos dois fatores que contribuem para o crescimento da violência letal na Amazônia Legal.

"A intensa presença de facções do crime organizado e de disputas entre elas pelas rotas nacionais e transnacionais de drogas que cruzam a região; e o avanço do desmatamento, garimpos ilegais e a intensificação de conflitos fundiários, que resulta também no crescimento da violência letal", destacou.

Em uma publicação no Twitter comentando os dados do anuário, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar na sexta-feira, entre outras ações, um plano específico de atuação para a Amazônia, onde a violência cresce, e uma forte articulação com Estados e municípios para se realizar mais operações integradas.

Nos últimos anos, em especial durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a região amazônica chamou atenção internacional devido o aumento do desmatamento e outras ações criminosas. Um dos casos de grande repercussão foram os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira no interior da floresta amazônica, em junho de 2022.

ESTUPROS

O anuário registrou também o maior número de estupros e estupros de vulneráveis da história, com um crescimento de 8,2% sobre 2021, somando 74.930 vítimas. Desse total, 56.820 foram estupros de vulneráveis.

A grande maioria das vítimas são do sexo feminino, 88,7%. Considerando o total de violações, a maioria é de crianças -- 61,4% tem até 13 anos de idade e 10,4% tem menos de 4 anos.

© Reuters. Manifestantes protestam no aniversário de um ano da morte do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira no Rio de Janeiro
05/06/2023 REUTERS/Pilar Olivares

De acordo com o anuário, 68,3% dos estupros acontecem na residência da vítima e, nos casos em que as violações aconteceram contra crianças de até 13 anos, 64,4% dos agressores eram familiares.

O texto ressalta ainda que os dados "correspondem aos casos que foram notificados às autoridades policiais e, portanto, representam apenas uma fração da violência sexual experimentada por mulheres e homens, meninas e meninos de todas as idades".

O relatório aponta ainda crescimento da violência doméstica e violência contra a mulher. O número de feminicídios atingiu 1.437, um aumento de 6,1% sobre o ano anterior. Já os homicídios femininos somaram 4.034, uma elevação de 1,2%.

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