BRASÍLIA (Reuters) -A comissão do Senado criada para investigar as mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira decidiu nesta segunda-feira, em sua primeira reunião de trabalho, realizar diligências em Manaus e Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, para acompanhar o desdobramento do caso e as causas do aumento da criminalidade entre indígenas na região.
Ainda não está marcada a data da viagem dos senadores à região, mas deve ocorrer nesta semana.
Entre outras diligências, o colegiado também definiu que vai ouvir na quarta-feira, às 14h, o ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre o caso.
O crime teve forte repercussão dentro e fora do país. No domingo, as investigações policiais sobre os assassinatos de Phillips e Pereira já chegaram a pelo menos oito pessoas suspeitas de participação no crime, cometido há duas semanas, em área próxima à terra indígena do Vale do Javari (AM), de acordo com a Polícia Federal.
Três pessoas já foram presas, dentre elas Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, pescador que a polícia disse ter confessado o crime.
PGR
Em outra frente, o procurador-geral da Repúlbica, Augusto Aras, se reuniu com o governador do Amazonas, Wilson Lima (União), em Manaus, nesta segunda-feira, e pediu que "garanta a ordem pública em Atalaia do Norte e Tabatinga, destinando efetivo policial suficiente para garantir a segurança dos indígenas e da população em geral", segundo informações do MPF no Twitter.
Aras e outros integrantes do MPF viajaram ao Amazonas no domingo para para assegurar a estrutura necessária para que as investigações sobre o assassinato de Pereira e Philips continuem.
O PGR discutiu ainda medidas sobre a reestruturação do MP na região e disse que a implementação de 30 novos ofícios do MPF com foco socioambiental na Amazônia, anunciada em maio, é uma das providências em curso.
"Também houve conversas sobre a necessidade de articulação permanente entre as instituições para a adoção de providências que assegurem proteção às populações tradicionais e combate à macrocriminalidade no Amazonas", informou o Ministério Público Federal.
(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Alexandre Caverni)