Investing.com - Os mercados devem estar atentos nos próximos meses às mudanças no regime fiscal, medidas de reabertura para a política restritiva contra a Covid-19 na China e políticas monetárias restritivas em diversos países, entre eles os Estados Unidos, visando frear a inflação. Diante desse cenário, o banco BTG (BVMF:BPAC11) detalhou quais suas indicações de alocação no relatório Asset Strategy de dezembro.
A atratividade da bolsa doméstica não mudou, mas há uma assimetria do ambiente de juros. Em relação à alocação global, o BTG mantém a concentração em ativos americanos, decisão orientada pela resiliência da demanda e um ciclo de juros mais avançado.
De acordo com os analistas Álvaro Frasson, Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, a troca de governo tem se mostrado mais turbulenta do que o esperado e o novo governo deve esbarrar em um dos trilemas de economia, que envolve a impossibilidade de se atingir, ao mesmo tempo, responsabilidade fiscal, aumento de gastos e manutenção da carga tributária. Segundo os analistas, é necessário amadurecer a discussão da revisão do Teto dos Gastos em 2023 e, enquanto isso não ocorre, aumenta a incerteza e o prêmio de risco.
No cenário global, a China continua gerando volatilidade nos mercados, em momento indicando medidas mais ou menos restritivas em sua política Covid Zero. Além disso, a continuidade do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, mesmo em ritmo mais ameno, é um dos pontos de cautela para os investidores.
“Como consequência desse ambiente, o balanço de risco das alocações mudou em relação aos últimos 2 meses, exigindo cautela adicional para ativos de maior volatilidade. O nível de incerteza sobre a trajetória dos juros futuros aumentou, o que motiva um posicionamento ainda neutro nas classes de ativos, com peso concentrado em ativos pós-fixados e na proteção para a inflação – que pode voltar a acelerar para 2023”, dizem os analistas.
Renda fixa
O BTG avalia que o ciclo de juros brasileiro continua impulsionar os ativos pós-fixados como o melhor prêmio de risco e retorno para o momento, sugerindo alocação elevada.
Para os ativos relacionados à inflação, o risco fiscal limita o retorno esperado para períodos mais longos, com possibilidade de abertura da curva. Assim, o banco sugere posicionamento em vencimentos intermediários.
Para os prefixados, os analistas ainda veem prêmio de inflação nos vencimentos entre 2024 e 2025, mas balanço de risco ainda inclinado para taxas altas por um período mais elevado. Por isso, o BTG segue neutro para essa classe de ativos e com baixa alocação.
Renda variável
No relatório, os analistas projetam que a bolsa brasileira deve enfrentar um ambiente mais incerto no curto prazo, com maior volatilidade no mercado de juros. No entanto, fatores globais como a tendência da política monetária nos EUA e reabertura de China podem “ser driver positivo para tal classe de ativo no mundo, favorecendo também as alocações no Brasil”. O BTG segue neutro.
Mercado Internacional
Com maior apetite ao risco depois da divulgação de dados da inflação americana com alguma melhora, mesmo que em patamares considerados elevados, o BTG continua alocando no mercado americano como medida de fomento à diversificação geográfica.
Investimentos alternativos
Nessa classe de ativos, o BTG avalia que os Fundos Imobiliários (FIIs) continuam oferecendo a melhor relação de risco e retorno. Os analistas completam que as operações estruturadas “também oferecem uma capacidade de diversificação de temas, com proteções atrativas para o momento atual”.