Por Flavia Marreiro
(Reuters) - Confirmada como futura ministra do Meio Ambiente, Marina Silva anunciou nesta quinta-feira que pretende criar em março a autarquia da Autoridade Nacional Climática, uma entidade técnica proposta por ela para monitorar as metas do Brasil no combate ao aquecimento global.
"Uma grande novidade: o ministério passará a se chamar Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática", disse Marina em entrevista à GloboNews, momentos depois de ser anunciada para o posto pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que completou nesta quinta-feira o desenho de seu gabinete ministerial.
Ambientalista renomada, Marina se reconciliou com o presidente eleito durante a campanha eleitoral, após anos de afastamento e disputar eleições presidenciais contra o PT.
A deputada eleita pela Rede volta à pasta que deixou em 2008 contrariada por derrotas políticas dentro do então governo Lula. Agora, ela disse confiar que poderá trabalhar em harmonia com colegas de gabinete, incluindo o futuro ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, com quem já antagonizou no passado.
"A gente vai surpreender o Brasil", disse ela, sobre trabalho ao lado de outros ministros.
Marina reassume o posto com a promessa de Lula de transformar o meio ambiente em um tema tranversal e estratégico no governo, ponta de lança para o reposicionamento global do Brasil após o recorde de desmatamento em 15 anos sob Jair Bolsonaro.
A ambientalista terá como desafio recompor não só o orçamento da área, mas também o corpo técnico do ministério.
"É perfeitamente possível chegar ao desmatamento zero, recuperando o plano que já deu certo, atualizando esse plano, recompondo os orçamentos e recompondo as equipes, fortalecendo as instituições de fiscalização, monitoramento, gestão", disse à Reuters a ex-ministra durante a campanha.