Por Nidal al-Mughrabi e Stephen Farrell
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel atacou Gaza com bombardeios aéreos e militantes palestinos lançam foguetes em direção a Tel Aviv e outras cidades neste sábado, sem nenhum sinal de um possível fim para o conflito após uma semana de lutas.
O número de vítimas fatais cresce para o pior desde um incidente similar em 2014 e, até agora, a diplomacia fracassou em sequer conseguir a diminuição dos ânimos.
O exército de Israel destruiu uma torre na Cidade de Gaza neste sábado que era sede das operações de imprensa da norte-americana Associated Press e da Al-Jazeera, do Catar, assim como outros escritórios e apartamentos.
Israel avisou do ataque com antecedência, para que o prédio pudesse ser evacuado, dizendo que o alvo continha ativos militares do Hamas, o grupo islâmico que controla Gaza.
Em Tel Aviv, moradores buscaram abrigo em meio ao som das sirenes que soavam enquanto militantes do Hamas disparavam morteiros. Um deles atingiu um bloco residencial no subúrbio de Ramat Gan, matando um homem de 50 anos, disseram equipes médicas.
O grupo afirmou que as salvas respondem aos ataques ao campo de refugiados de Gaza Beach durante a madrugada, onde uma mulher e seus quatro filhos foram mortos quando sua casa foi atingida. Outras cinco pessoas morreram, segundo os médicos. Israel disse que tinha como alvo um apartamento utilizado pelo Hamas.
Palestinos dizem que pelo menos 139 pessoas, incluindo 39 crianças, foram mortas em Gaza desde o início do conflito na segunda-feira.
Médicos israelenses reportaram 10 mortos, entre eles duas crianças, e disseram que seis pessoas estão em estado grave.
O Hamas lançou um ataque na segunda-feira após tensões provocadas por uma decisão na justiça de despejar várias famílias palestinas na região Leste de Jerusalém e em retaliação após repressão da polícia e Israel contra palestinos perto da mesquita de al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado da religião islâmica.
Bombardeios passaram a iluminar o céu noturno de Gaza desde o início dos conflitos.
Akram Farouq, de 36 anos, deixou sua casa correndo no meio da noite com sua família após um vizinho dizer que eles haviam recebido uma ligação de um oficial israelense avisando que seu prédio seria atingido --um padrão familiar para os ataques em lugares considerados como alvos militares pelos israelenses.
"Não dormimos a noite toda por conta das explosões, e agora eu estou na rua com minha esposa e filhos, que estão chorando e tremendo", disse Farouq.
Na cidade costeira de Ashdod, Mark Reidman avaliava os danos ao seu apartamento, que foi atingido por um disparo de foguete.
"Queremos viver em paz", disse o homem de 36 anos, acrescentando que teve que explicar aos seus três filhos pequenos "o que aconteceu, e porque está acontecendo".
(Reportagem adicional de Dan Williams e Ari Rabinovitch em Israel, Ali Sawafta em Ramallah, Aidan Lewis no Cairo, Nandita Bose e Steve Holland em Washington, Michelle Nichols em Nova York e Emma Farge em Genebra)