BRASÍLIA (Reuters) - Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foram elucidados por conta da força do crime organizado na Amazônia e só tiveram repercussão por envolver um estrangeiro, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao destacar que narcotráfico, droga, armamento, desmatamento são um negócio presente na região.
Em evento da gestora Tag Investimentos, Guedes também defendeu que o Brasil faça acordo de segurança na região com os Estados Unidos e sugeriu que o novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, teria ligação com grupos de narcotráfico.
Guedes contextualizava conversa com membro do governo francês no passado sobre proteção da Amazônia quando afirmou que o Brasil precisava de ajuda para cuidar da área. Em seguida começou a discorrer sobre o homicídio ocorrido em junho.
“Lá na Amazônia, o caso do Bruno e do Dom, em uma semana resolveu tudo. O que é isso? É o negócio, tem um negócio lá, narcotráfico, droga, armamento, desmatamento ilegal, tem um business lá. Se tivesse matado um brasileirinho só, ninguém ia falar nada e ia fingir que não viu”, disse, destacando a repercussão internacional pelo fato de Dom ser britânico.
“Aí começou todo mundo a procurar. Na hora que procurou, naturalmente a turma da droga chamou e falou ‘apresente-se já’... ‘mas não fui eu’... ‘vai ser você, mesmo que não tenha sido, você vai, se acusa, você e seu irmão, se apresentem, levem o cadáver’... ‘a gente escondeu, a gente não sabe onde achar mais, está muito escondido’... ‘vai lá, acha tudo’. Em uma semana estava tudo elucidado”, acrescentou.
O ministro afirmou que o Brasil deveria fazer como a Colômbia e fechar um acordo de segurança com o governo dos Estados Unidos.
“Na hora que a Colômbia fez esse acordo, os narcotraficantes todos vieram para o Brasil. Agora o presidente da Colômbia é um cara mais ligado a essa turma, já disse que vai anistiar isso, então a turma vai voltar para lá porque nós que vamos fazer o acordo com os americanos agora para limpar o mato”, disse.
(Por Bernardo Caram)