Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) -O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve seu patamar de intenções de votos ao Planalto em 45%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro oscilou 2 pontos para cima e chegou a 34%, mostrou pesquisa Datafolha nesta sexta-feira, dois dias após comemoração do Bicentenário da Independência que ganhou ar de campanha do candidato à reeleição.
Com a estabilidade do petista e a oscilação positiva do atual presidente dentro da margem de erro, o levantamento reforça a percepção que vinha se desenhando em pesquisas anteriores de tendência de redução da distância entre os dois líderes da corrida presidencial. Se no início do mês a diferença entre Lula e Bolsonaro era de 13 pontos percentuais, a distância agora é de 11 pontos. Segundo o Datafolha, essa é a menor diferença desde maio de 2021.
Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria com 53% dos votos e o atual presidente ficaria com 39%, segundo o Datafolha. Em setembro, o placar era de 53% para Lula contra 38% de Bolsonaro. A diferença entre os dois, que era de 15 pontos no levantamento passado, vai agora a 14 pontos.
A pesquisa foi realizada na quinta e nesta sexta-feira, após os eventos em comemoração ao Bicententário da Independência que acabaram ganhando ar eleitoral ao levar às ruas apoiadores do presidente.
A uma margem distante dos dois primeiros colocados, o Datafolha traz o chamado segundo pelotão, formado por candidatos que tentam se firmar como alternativas. Segundo o instituto, Ciro Gomes (PDT) passou de 9% a 7%, seguido da senadora Simone Tebet (MDB), que manteve seus 5%. Ciro e Tebet seguem empatados tecnicamente, como já demonstrava o levantamento anterior.
Os que pretendem votar em branco ou nulo se mantêm em 4%, e 3% responderam que ainda não sabem em quem votar, ante 2% no início de setembro.
A pesquisa também mostra que Bolsonaro ainda é o candidato com maior rejeição entre os eleitores, mas oscilou um ponto para baixo, registrando patamar de 51%, ante 52% no início de setembro. Lula teve sua rejeição estável em 39%.
O Datafolha apontou também que Lula ainda lidera entre mulheres (47% a 29%); pessoas que estudaram até o ensino fundamental (56% a 26%); quem recebe até dois salários mínimos (54% a 26%); moradores do Nordeste (60% a 23%); os que se declaram pretos (54% a 25%); e entre os católicos (54% a 27%), além de beneficiários diretos ou indiretos do Auxílio Brasil (56% a 29%).
Já Bolsonaro tem melhor desempenho entre aqueles que têm renda de 5 a 10 salários mínimos (49% a 34%) e os que recebem mais de 10 salários (42% a 29%), além dos eleitores da Região Centro-Oeste (47% a 30%) e entre os evangélicos (51% a 28%).
A avaliação de governo se manteve estável: para 31% o presidente é ótimo ou bom, e a gestão é considerada ruim ou péssima por 42%.
O Datafolha entrevistou 2.676 pessoas em 191 cidades do país, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
(Edição de Pedro Fonseca)