BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro da Justiça Flávio Dino anunciou, nesta sexta-feira, que o delegado Andrei Rodrigues será o diretor-geral da Polícia Federal no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse em 1º de janeiro.
Em entrevista coletiva ao lado de Lula em Brasília logo após ser anunciado como futuro ministro, Dino afirmou que pesou na escolha de Rodrigues a necessidade da restauração da autoridade e da legalidade das polícias e o fato de o futuro chefe da PF ter atuado na Amazônia, que será prioridade do futuro governo.
"Em relação à direção-geral da Polícia Federal, levei ao presidente, exatamente nessa direção e trabalho de proximidade, o nome do delegado Andrei Rodrigues", disse Dino, acrescentando que Lula concordou com a indicação.
"Nós levamos em conta sobretudo a necessidade de restauração da plena autoridade e da legalidade nas polícias, também a experiência profissional comprovada, inclusive na Amazônia brasileira", afirmou.
Andrei Rodrigues também coordenou a equipe de segurança de Lula durante a campanha eleitoral.
PRIORIDADES
Dino disse ainda que recebeu de Lula a orientação de priorizar a segurança pública e prometeu proximidade com os policiais.
"Quero consignar aos policiais, suas famílias, todos os profissionais de segurança pública, o presidente Lula determinou que na transição e no exercício do governo nós estejamos muito próximos dos policiais. Não há nenhuma razão para não termos amplo diálogo com todos os profissionais da segurança pública."
Na mesma coletiva, Lula foi perguntado se pretendia recriar o Ministério da Segurança Pública ou se pretende manter o tema sob a pasta da Justiça. O presidente eleito disse que, em primeiro lugar, é preciso que Dino "conserte" o Ministério da Justiça.
"Temos interesse de criar um ministério da Segurança Pública, mas a gente não pode fazer a coisa de forma atabalhoada. Flávio Dino tem a missão primeiro de consertar o funcionamento do Ministério da Justiça, consertar o funcionamento da Polícia Federal", disse Lula.
"Vamos primeiro arrumar a casa e depois vamos começar a trabalhar a necessidade de recriar o Ministério da Segurança Pública."
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Bernardo Caram; Reportagem adicional de Ricardo Brito e Eduardo Simões)