BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a equipe de transição avaliará em reunião nesta quinta-feira a situação do acampamento de bolsonaristas diante de instalações militares em Brasília em razão da segurança da posse de Luiz Inácio Lula da Silva no domingo.
Dino avaliou que a mobilização, com faixas que pedem uma ilegal intervenção militar para impedir a posse do petista, está em "fase terminal".
Contudo, em entrevista coletiva mais cedo, autoridades das forças de segurança pública do Distrito Federal disseram que, após pedido do Exército, uma ação para retirada dos manifestantes do chamado QG do Exército em Brasília foi suspensa.
Na véspera, reportagem da Reuters mostrou que o acampamento se mantinha mobilizado, apesar do crescente incômodo no governo de transição e em ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com o tema.
As declarações de Dino ocorrem no dia que operação determinada pelo STF prendeu ao menos quatro bolsonaristas acusados de envolvimento em atos de vandalismo na capital no começo do mês, de acordo com a Polícia Federal.
Segundo um dos responsáveis pela operação policial, Cleo Mazzotti, chefe da divisão de combate ao crime organizado da PF, a "quase a totalidade" dos 11 alvos de mandatos de prisão é ao menos frequentadora do acampamento de apoiadores bolsonaristas diante da sede do Exército em Brasília. Ele frisou, porém, que a mobilização em si não é alvo da investigação
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito)