Por Sudipto Ganguly
TÓQUIO (Reuters) - Novak Djokovic aprendeu com as decepções nas Olimpíadas anteriores e não se deixará distrair em sua tentativa de se tornar o primeiro homem a completar o Golden Slam.
A alemã Steffi Graf é a única jogadora a ter vencido os quatro torneios do Grand Slam e a medalha de ouro olímpica no mesmo ano, e agora o sérvio de 34 anos está a caminho de repetir o feito.
Djokovic precisa ganhar o título olímpico em Tóquio e depois o US Open, em agosto, para se equiparar ao feito de Graf em 1988.
As Olimpíadas, no entanto, não foram o melhor campo de caça para Djokovic em suas três tentativas anteriores.
"Eu sei que vai ser chato para vocês me ouvirem dizer que vou levar as coisas muito devagar e com cautela e me concentrar no próximo desafio", disse Djokovic, que tem como única medalha olímpica um bronze em Pequim 2008, a repórteres, nesta quinta-feira.
"Mas esse é o tipo de abordagem que eu realmente preciso ter, porque no passado eu provavelmente não estava realmente experimentando essa abordagem, e isso saiu pela culatra para mim", afirmou.
"Comecei a sentir que havia muitas distrações em volta que estavam influenciando meu desempenho."
Djokovic conquistou neste mês o título de Wimbledon, após ter vencido também o Aberto da Austrália e Roland Garros em 2021, juntando-se aos rivais Roger Federer e Rafael Nadal em 20 títulos de Grand Slam.
Na rodada de abertura dos Jogos de Tóquio, ele terá como seu primeiro adversário o boliviano Hugo Dellien, 139º colocado do ranking mundial.
"Eu sei que há muitas coisas em jogo e sei que há uma história em jogo", disse.
“Sou um privilegiado e estou motivado por estar nesta posição. Trabalhei muito para estar aqui. Vamos falar de história se tudo correr bem aqui depois de terminar o torneio", acrescentou.
"Eu me sinto ótimo. Fisicamente, mentalmente, estou pronto para dar o meu melhor. Sem dúvida, tive a melhor temporada de Grand Slam no meu esporte até agora. Não poderia ter me preparado melhor antes dos Jogos Olímpicos do que este ano."
Alguns dos maiores nomes do esporte, incluindo Federer e Nadal, não participaram dos Jogos de Tóquio, que foram adiados por um ano devido à pandemia de Covid-19.
Djokovic chegou a colocar em duúvida sua presença depois que os organizadores decidiram banir os torcedores dos estádios.
"Não experimentei muitos grandes torneios nos últimos 15 anos sem Roger e Rafa", disse Djokovic. "Então é um pouco estranho, para ser honesto, porque estou acostumada a ver pelo menos um deles".
"Mas ainda assim alguns dos melhores jogadores do mundo estão aqui... os caras que estão entre os seis primeiros, sete do mundo e são os maiores candidatos a medalhas."