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Egito discute ajuda a Gaza e rejeita corredores para civis, dizem fontes

Publicado 11.10.2023, 11:39
Atualizado 11.10.2023, 15:50
© Reuters. Palestinos tentam retirar corpo em meio a escombros de prédio destruído por ataque israelense na Faixa de Gaza
09/10/2023
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Por Ahmed Mohamed Hassan

CAIRO (Reuters) - O Egito discutiu planos com os Estados Unidos e outros países para fornecer ajuda humanitária através de sua fronteira com a Faixa de Gaza, mas rejeita qualquer medida para criar corredores seguros para refugiados que fogem do enclave, disseram fontes de segurança egípcias nesta quarta-feira.

Pequena faixa costeira de terra encravada entre Israel, no norte e no leste, e o Egito, no sudoeste, Gaza é lar de cerca de 2,3 milhões de pessoas que vivem sob bloqueio desde que o grupo islâmico palestino Hamas assumiu o controle da região em 2007.

O Egito há muito restringe o fluxo de habitantes de Gaza para seu território, mesmo durante os conflitos mais ferozes.

Mediador frequente entre Israel e os palestinos, o governo egípcio insiste sempre que os dois lados resolvam os conflitos dentro de suas fronteiras, dizendo que esta é a única forma de os palestinos garantirem o seu direito à condição de Estado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo nesta quarta-feira para que suprimentos cruciais como combustível, alimentos e água sejam autorizados a entrar em Gaza.

"Precisamos de acesso humanitário rápido e desimpedido agora", disse a jornalistas, agradecendo o Egito "por seu envolvimento construtivo para facilitar o acesso humanitário através da passagem de Rafah e para tornar o aeroporto de El Arish disponível para assistência crítica".

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse pouco depois que "os civis precisam ser protegidos; não queremos ver um êxodo em massa de habitantes de Gaza".

Uma das fontes de segurança, que pediu para não ser identificada, disse que o Egito rejeitou a ideia de corredores seguros para os civis para proteger "o direito dos palestinos de manterem a sua causa e a sua terra".

Diversos Estados árabes ainda têm campos para refugiados palestinos descendentes daqueles que deixaram suas casas quando Israel foi criado, em 1948. Os palestinos e outros Estados árabes disseram que um acordo de paz final precisa incluir o direito desses refugiados de retornarem, medida que Israel sempre rejeitou.

O Egito tem intensificado seus esforços para conter a situação em Gaza, disse o presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi, ao ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, durante reunião no Cairo, segundo um comunicado do gabinete de Sisi.

De acordo com fontes de segurança egípcias, as conversas entre o Egito e Estados Unidos, Catar e Turquia discutiram a ideia de entregar ajuda humanitária através da passagem de Rafah, entre Gaza e a Península do Sinai, no Egito sob um cessar-fogo geograficamente limitado.

Principal ponto de saída de Gaza não controlado por Israel, a passagem está fechada desde terça-feira, após bombardeios israelenses atingirem o lado palestino, segundo autoridades em Gaza e fontes egípcias.

O Egito fez repetidas declarações nesta semana alertando que o ataque de Israel a Gaza poder levar ao deslocamento de residentes do enclave para território egípcio.

© Reuters. Palestinos tentam retirar corpo em meio a escombros de prédio destruído por ataque israelense na Faixa de Gaza
09/10/2023
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Questionado sobre a perspectiva de deslocamento após uma reunião com Tajani, o Ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Shoukry, disse:

"O Egito estava interessado em abrir a passagem de Rafah para fornecer ajuda humanitária, alimentos e medicamentos, mas a instabilidade e a expansão do conflito levam a mais dificuldades e mais refugiados para áreas seguras, incluindo a Europa."

(Reportagem adicional de Omar Abdel Razak, Ahmed Elimam e Michelle Nichols)

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