Por Crispian Balmer
VENEZA (Reuters) - A ex-esposa de Elvis Presley, Priscilla, disse que o lendário astro do rock foi o amor de sua vida, apesar de tê-lo abandonado, quando um filme sobre o relacionamento turbulento dos dois chegou ao Festival de Cinema de Veneza.
"Priscilla", dirigido por Sofia Coppola, é baseado em sua autobiografia de 1985, "Elvis e Eu", que retrata sua vida de montanha-russa com uma das figuras mais famosas do Século 20.
"Não é que eu não o amasse. Ele foi o amor da minha vida, mas foi o estilo de vida que foi muito difícil para mim", disse Priscilla aos repórteres em Veneza, antes da estreia mundial do filme, estrelado por Cailee Spaeny e Jacob Elordi.
Priscilla Beaulieu conheceu Elvis Presley em 1959, quando ela tinha apenas 14 anos e ele estava sentindo muita saudade de casa, pois estava servindo no Exército norte-americano na Alemanha Ocidental.
"Elvis abriu seu coração para mim na Alemanha, seus medos e suas esperanças, a perda de sua mãe, que ele nunca superou", disse Priscilla. "As pessoas acham que foi por causa do sexo. Não foi nada disso. Eu nunca fiz sexo com ele. Ele era muito gentil, muito amoroso, mas respeitava o fato de eu ter apenas 14 anos de idade."
O filme oferece talvez o retrato mais sombrio do astro do rock nas telas, pois ele manipula Priscilla de forma implacável, abusando dela verbalmente e às vezes ameaçando-a antes de tentar fazer as pazes.
"É muito difícil sentar e assistir a um filme sobre você, sobre sua vida e sobre seu amor", disse Priscilla, de 78 anos, fazendo uma pausa enquanto lutava para superar suas emoções. "Acho que Sophia fez um trabalho incrível. Ela fez sua lição de casa."
Coppola disse que se apoiou muito em Priscilla para montar o filme. "Tentei realmente fazer o filme do ponto de vista dela para que pudéssemos acompanhar sua jornada", disse.
"Priscilla" é um dos 23 filmes que concorrem ao prêmio Leão de Ouro no Festival de Veneza, que vai até 9 de setembro.