BUENOS AIRES (Reuters) - Uma série fictícia que estreou na plataforma de streaming da Disney (NYSE:DIS) Star+, na quarta-feira, trouxe para a tela um dos piores pesadelos dos torcedores argentinos: sua seleção nacional ser desclassificada da Copa do Mundo.
Em "A Taça é Nuestra", Lucho Buenaventura investe todas as suas economias para viajar para a Copa do Mundo com seu filho de 11 anos, que recentemente perdeu a mãe, mas a Argentina é desclassificada de forma chocante por uma sanção nas eliminatórias contra o Brasil, sendo substituída pela seleção do Chile.
À medida que a notícia provoca descontentamento em todo o país, Lucho e um grupo de colegas de trabalho, a um passo de perder seus empregos em uma empresa à beira da falência, elaboram um plano para roubar o troféu do torneio e fazer justiça com as próprias mãos.
"A partir desse medo e desespero, vemos esse épico absurdo desses personagens tentando fazer com que a Argentina finalmente jogue a Copa do Mundo, não importa o que aconteça", disse Joaquin Furriel, o ator de 48 anos que interpreta Lucho, à Reuters via Zoom.
Roubar a Copa do Mundo pode parecer loucura, mas o cobiçado troféu de futebol já foi roubado duas vezes; uma durante exibição em Londres antes da edição de 1966 e novamente na sede da Confederação Brasileira de Futebol, em 1983.
As fronteiras entre realidade e ficção se confundem quando Lucho vende um colar para arrecadar dinheiro para levar seu filho à Copa do Mundo. Muitos torcedores argentinos se esforçaram ao máximo para viajar ao Catar para o torneio deste ano, mesmo quando o país enfrenta uma dura crise econômica.
A Argentina da vida real conquistou um lugar no torneio deste ano com a ajuda do atacante Lionel Messi, e espera conseguir um terceiro título depois de vencer as Copas do Mundo de 1978 e 1986.
"Em um país como o nosso, onde muitas vezes contamos apenas com pequenas gotas de felicidade, ter uma oportunidade esportiva como a Copa do Mundo sempre gera muita esperança", disse Furriel.
(Reportagem de Lucila Sigal)