ROMA (Reuters) - O escritor anti-máfia italiano e ativista pelos direitos humanos, Roberto Saviano, foi condenado nesta quinta-feira por difamação e recebeu uma multa simbólica por chamar a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, de “bastarda” pelas suas posições em relação à imigração.
Um tribunal de Roma impôs uma penalidade de 1.000 euros para Saviano, mas seu advogado de defesa, Antonio Nobile, disse à Reuters que ele não terá que pagá-la porque faz parte de uma sentença suspensa.
Nobile também disse que o veredicto de culpado será contestado.
Meloni processou Saviano, chamando-o de “odiador em série” quando ela estava na oposição, em resposta a uma entrevista na televisão em 2020 na qual fez criticas a ela e a outro líder da direita, Matteo Salvini, pelos seus ataques a barcos de caridade que resgatam imigrantes.
“Todas as besteiras (ditas sobre as ONGs), táxis marítimos, cruzeiros (para imigrantes)”, disse. “Tudo que eu posso dizer é: bastardos, como vocês podem? Meloni, Salvini: bastardos”.
Saviano falou após ver imagens de um resgate no mar pela ONG espanhola Braços Abertos no qual um bebê de seis meses da Guiné morreu antes de ser transportado pelo ar à Itália.
Saviano, que vive sob proteção 24 horas da polícia desde que publicou o livro “Gomorrah”, em 2006, expondo a máfia de Nápoles e que foi adaptado ao cinema e à televisão, tem uma história de confrontos com políticos de direita.
(Reportagem de Marco Carta e Alvise Armellini)