Por Horaci Garcia e Guillermo Martinez
MADRI (Reuters) - Os espanhóis votam em uma eleição geral que se espera ser bastante acirrada neste domingo, e que pode levar os socialistas do primeiro-ministro Pedro Sanchez a perder o poder e fazer com que um partido de extrema direita se integre a um novo governo pela primeira vez em 50 anos.
Sanchez convocou a eleição logo após a derrota da esquerda nas votações locais em maio, mas sua aposta para driblar os oponentes pode sair pela culatra.
As pesquisas de opinião mostram que a eleição provavelmente resultará em vitória do Partido do Povo, de centro-direita, de Alberto Nunez Feijoo, mas para formar um governo seria necessário fazer parceria com o Vox, de extrema-direita, de Santiago Abascal.
Esta seria, portanto, a primeira vez que um partido de extrema direita entraria no governo desde o fim da ditadura de Francisco Franco, na década de 1970.
A votação será encerrada às 20h (15h horário de Brasília e 21h nas Ilhas Canárias), quando as pesquisas eleitorais realizadas por telefone ao longo da semana serão divulgadas. Espera-se que todas as cédulas sejam contadas até a meia-noite, confirmando o partido com mais votos.
Tanto os blocos de esquerda quanto os de direita têm potencial para formar coalizões, que precisarão de pelo menos 176 assentos na Câmara dos Deputados, com, ao todo, 350 assentos.
Um novo parlamento deve ser constituído até 17 de agosto, mas as negociações entre os partidos para formar um governo podem durar meses.
Uma análise dos dados da pesquisa de opinião do jornal espanhol El País em 19 de julho projetou 55% de chance de uma coalizão PP/Vox, 15% de chance de permanência de Sanchez no poder com uma coalizão de esquerda e 23% de chance de um parlamento dividido e uma nova eleição.
(Reportagem de Horaci Garcia, Guillermo Martinez, Andrei Khalip, Belen Carreno, Jesus Aguado e Catarina Demony)