WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos expressaram preocupação, nesta sexta-feira, com as ações da China sobre a NBA, depois que destaques de uma partida do Boston Celtics desapareceram de uma plataforma de streaming chinesa na esteira das críticas de um jogador ao tratamento chinês ao Tibet na internet.
Enes Kanter, pivô do Boston Celtics, tuitou nesta semana um vídeo no qual se mostra expressando apoio ao Tibet e usando uma camiseta com a imagem do Dalai Lama, o líder espiritual exilado do território. Ele classificou o presidente da China, Xi Jinping, como um "ditador brutal".
Kanter foi massacrado nas redes sociais chinesas, e só um cronograma por escrito do jogo de seu time estava disponível na plataforma de esportes chinesa Tencent. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse que o jogador está "tentando chamar atenção" e que seus comentários "não merecem refutação".
Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse em um email: "Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com as ações da RPC (República Popular da China) contra a Associação Nacional de Basquete (NBA) por causa de comentários que um jogador fez em relação ao Tibet".
"Valorizamos a liberdade de expressão e apoiamos qualquer um que exerça este direito", disse o porta-voz.
A China administra o Tibet desde 1951, quando seu Exército Popular de Libertação assumiu o controle da região remota do oeste através do que chama de "libertação pacífica", e considera o Dalai Lama um separatista.
(Por Michael Martina)