Por Eduardo Simões e Leonardo Benassatto
SÃO PAULO (Reuters) - O ex-chefe da Fórmula 1 Bernie Ecclestone foi preso na noite de quarta-feira no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), por carregar uma arma de fogo irregular em sua bagagem, mas foi posteriormente solto após pagamento de fiança de 6.060 reais, informaram a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo nesta quinta-feira.
A arma, de calibre 32 e que não tinha documentação regular, foi detectada na revista por um agente da Polícia Federal após uma anormalidade apontada pela análise do raio-x no aeroporto, e Ecclestone foi levado à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur), onde recebeu voz de prisão.
Segundo a polícia, Ecclestone reconheceu ser proprietário da arma de forma irregular, mas disse desconhecer que ela estava em sua bagagem. Após ouvir o empresário, foi estabelecido valor de fiança e Ecclestone foi liberado para seguir viagem em voo privado em direção à Suíça.
Em nota, em que não cita o nome de Ecclestone, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que "um empresário" foi preso pelo porte de arma --que tem a mesma descrição dada pela Polícia Civil-- e solto após pagamento de fiança no valor de cinco salários mínimos, que totalizou 6.060 reais. Ainda de acordo com a pasta, a pistola foi apreendida e o empresário colocado em liberdade provisória.
Ecclestone, de 91 anos, é casado com a brasileira Fabiana Ecclestone, uma das vice-presidentes da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e integrante do Conselho Mundial de Esporte a Motor.
Ele participou de vários eventos no Brasil em maio, entre elas uma corrida de Stock Car no interior do Estado de São Paulo, e um encontro com o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília.
Os Ecclestones têm uma fazenda de café perto de São Paulo, comprada em 2012 e onde passam tempo regularmente quando não estão na Europa. Piquet foi piloto da Brabham quando a equipe era de propriedade de Ecclestone nas décadas de 1970 e 1980.
Por décadas Ecclestone foi o "Senhor Fórmula 1", o homem que fechava os acordos, comandava o volante da categoria e a transformou no negócio multibilionário que é hoje.
Ele deixou essa posição em 2017, quando o grupo norte-americano Liberty Media assumiu o controle dos direitos comerciais da modalidade.
(Reportagem adicional de Gabriel Araújo, em São Paulo, e Alan Baldwin, em Mônaco)