😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

EXCLUSIVO-Lacunas de dados dificultam esforços europeus para avaliar vacina russa Sputnik V

Publicado 13.07.2021, 09:06
© Reuters. Frascos da vacina contra Covid-19 Sputnik V em hospital em Budapeste
12/02/2021 Zoltan Balogh/MTI/MTVA/Pool via REUTERS

Por Michel Rose e Polina Ivanova e Emilio Parodi

PARIS (Reuters) - Os desenvolvedores da vacina russa contra coronavírus Sputnik V deixaram de fornecer dados que agências reguladoras consideram pedidos padronizados do processo de aprovação diversas vezes, de acordo com cinco pessoas a par dos esforços europeus para avaliar a vacina, dando novas mostras da dificuldade do país para obter a aprovação estrangeira ao seu produto.

No mês passado, a Reuters noticiou que a avaliação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) a respeito da segurança e da eficácia do imunizante foi adiada porque um prazo de 10 de junho para o envio de dados dos testes clínicos da vacina não foi cumprido, segundo uma das fontes ouvidas, que é próxima da agência, e outra pessoa a par da questão.

Os obstáculos vão além do prazo descumprido, disse a fonte próxima da agência. Até o início de junho, a EMA mal havia recebido dados de produção, e os dados clínicos que recebeu estavam incompletos, disse a fonte.

Anteriormente se esperava que a EMA, que iniciou sua análise formal da vacina russa em março, decidisse em maio ou junho se aprovaria o uso do remédio na União Europeia.

A fonte próxima da EMA disse que, entre as informações clínicas ausentes dignas de nota durante a análise da agência, estão formulários de relatos de casos que registram quaisquer efeitos adversos sentidos por participantes de testes depois de receberem a vacina. É uma prática comum dos desenvolvedores providenciar tais formulários, acrescentou a fonte. Tampouco ficou claro como os cientistas trabalhando na vacina monitoraram os resultados de pessoas que receberam um placebo, disse a fonte.

A EMA classifica tais lacunas de dados em uma escala que vai de "críticas" --as mais graves-- a "maior" e "menor". A fonte disse que nada atingiu o limiar crítico, "mas houve vários 'maiores'", indicando problemas que podem ser remediados, mas exigem muito trabalho. A fonte acrescentou que só se espera que a análise seja concluída após o verão do hemisfério norte.

Várias pessoas que interagem com o Instituto Gamaleya da Rússia, que desenvolveu a Sputnik V e supervisionou os testes clínicos, atribuíram a incapacidade reiterada de fornecer alguma informação à falta de experiência no trato com agências reguladoras estrangeiras.

O Gamaleya é subordinado ao Ministério da Saúde da Rússia. Nem o Gamaleya nem o ministério responderam a perguntas para esta reportagem. O Kremlin não quis comentar.

A Sputnik V é comercializada no exterior pelo fundo soberano da Rússia, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF).

O RDIF disse que a reportagem da Reuters continha "declarações falsas e imprecisas" baseadas em fontes anônimas que estão tentando prejudicar a Sputnik V como parte de uma campanha de desinformação. O RDIF sugeriu que a vacina poderia estar sob ataque do “lobby farmacêutico ocidental”, sem apresentar evidências de tal campanha.

O RDIF acrescentou que a vacina está registrada em mais de 60 países e que estudos de países como Argentina, México e Hungria, que já estão usando a vacina, mostram que ela é segura e eficaz. O fundo disse que não houve "eventos adversos graves relatados".

O RDIF disse ainda que está trabalhando em estreita colaboração com a EMA, cujos inspetores visitaram as instalações de produção da Sputnik V. “Das inspeções já concluídas, não recebemos comentários críticos importantes e nenhuma das questões levantadas duvidava da segurança e eficácia da vacina”, disse o RDIF.

A situação na Europa é um dos vários tropeços para os desenvolvedores da Sputnik V ao lidar com órgãos reguladores de medicamentos no exterior que revisam a vacina, que identificaram falta de dados, documentação insuficiente de metodologia e não conformidade com o que eles veem como protocolo padrão.

© Reuters. Frascos da vacina contra Covid-19 Sputnik V em hospital em Budapeste
12/02/2021 Zoltan Balogh/MTI/MTVA/Pool via REUTERS

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inicialmente rejeitou pedidos de importações da Sputnik V porque equipes técnicas ressaltaram "riscos inerentes", citando a falta de dados que garantissem sua segurança, qualidade e eficácia.

No mês passado, a Anvisa deu uma aprovação condicional a importações da Sputnik V. As condições impostas "visam superar as lacunas de informação no processo e garantir condições mínimas de segurança e qualidade da vacina", disse a Anvisa à Reuters, acrescentando que a Sputnik V não está sendo administrada no Brasil.

(Por Michel Rose em Paris, Polina Ivanova em Moscou e Emilio Parodi em Roma; reportagem adicional de Matthias Blamont em Paris, Lisandra Paraguassu em Brasília, Stephen Eisenhammer em São Paulo e Marton Dunai em Budapeste)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.