PARIS (Reuters) - Firmando-se em uma bengala, o veterano astro de cinema Alain Delon fez uma aparição pública rara nesta sexta-feira no enterro do colega e gigante do cinema francês Jean-Paul Belmondo, que morreu na segunda-feira aos 88 anos.
Belmondo, ator carismático que muitas vezes dispensava dublês em cenas arriscadas, desempenhou um dos papeis existenciais da Nouvelle Vague dos anos 1960 ao cinema comercial e se tornou um dos heróis de comédia e ação mais queridos da França.
Familiares e figuras da sétima arte, como Delon e o diretor Claude Lelouch, se reuniram na igreja Saint-Germain-des-Prés no centro de Paris para o enterro um dia depois de uma homenagem nacional comandada pelo presidente Emmanuel Macron.
Delon, de 85 anos, ficou algum tempo diante da igreja, onde foi aplaudido por fãs de Belmondo reunidos do lado de fora.
Na terça-feira, Delon disse à rádio Europe 1 que estava arrasado com a morte de seu grande contemporâneo.
"Fizemos cinema francês, nós dois, ele e eu, somos dois ícones do cinema francês, não se pode falar de um sem o outro. Somos da mesma idade, não demorará muito para acontecer comigo também", disse ele, visivelmente comovido.
No entardecer da quinta-feira, e ao longo de toda a noite, fãs enfrentaram uma mistura de sol e chuva para prestar suas últimas homenagens a Belmondo, formando filas durante horas para ver o caixão fechado exposto no museu militar de Les Invalides.
(Por Antony Paone, Lucien Libert, Ingrid Melander, Olivia Schmoll, Camille Verdier)