(Reuters) - A Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSF) disse na quarta-feira que expressará suas preocupações à Fifa sobre um acordo de patrocínio da Arábia Saudita para a Copa do Mundo Feminina de futebol.
Na semana passada, os co-anfitriões Austrália e Nova Zelândia escreveram à Fifa em busca de esclarecimentos urgentes depois que o jornal The Guardian informou que o Visit Saudi será nomeado o principal patrocinador da Copa do Mundo, que será realizada de 20 de julho a 20 de agosto.
"A US Soccer apoia fortemente os direitos humanos e a equidade para todos e acredita no poder do nosso esporte para ter um impacto positivo", disse a USSF em comunicado ao site The Athletic.
"Embora não possamos controlar como outras organizações gerenciam as seleções de patrocínio para os torneios em que competimos, podemos expressar nossas preocupações e continuaremos a apoiar nossas jogadoras."
Os Estados Unidos são a melhor seleção no ranking da Fifa e venceram as duas últimas edições da Copa do Mundo.
A reportagem do The Guardian provocou indignação em ambos os países-sede, com ativistas de direitos humanos e atletas dizendo que o patrocínio saudita está em desacordo com a mensagem do torneio sobre o empoderamento de mulheres e meninas.
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, introduziu reformas que permitem às mulheres maior controle sobre suas vidas nos últimos anos, mas os homens ainda mantêm um domínio rígido do poder no reino.
A veterana atacante norte-americana Alex Morgan, que venceu a Copa do Mundo em 2015 e 2019, descreveu o potencial patrocínio como "bizarro".
"Moralmente, não faz nenhum sentido", disse Morgan a repórteres na quarta-feira. "Simplesmente não entendo... realmente espero que a Fifa faça a coisa certa."
(Reportagem de Hritika Sharma em Bengaluru)