MADRI (Reuters) - A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) demitiu na quinta-feira dois dirigentes que, segundo ela, estão ligados a uma investigação de corrupção multimilionária, acrescentando que o caso provocou "danos muito graves" à imagem do esporte no país.
Pedro González Segura, diretor de serviços jurídicos, e José Javier Jiménez, diretor de recursos humanos, foram afastados de seus cargos, informou a RFEF em um comunicado.
A federação "abriu um processo disciplinar e destituiu de seus cargos e funções os gerentes relacionados ao caso jurídico", acrescentou a RFEF.
É o segundo escândalo em menos de um ano que abala a entidade máxima do futebol espanhol, depois que o ex-presidente Luis Rubiales foi forçado a renunciar por um beijo não solicitado na boca da jogadora espanhola Jenni Hermoso após a final da Copa do Mundo de futebol feminino.
Esperava-se que o presidente interino Pedro Rocha, que anteriormente atuou como presidente da comissão econômica da RFEF, anunciasse sua candidatura na quarta-feira para substituir Rubiales após deixar o cargo de chefe da federação da região de Extremadura.
A RFEF havia convocado outros presidentes de federações regionais para uma reunião de diretoria na quarta-feira, que foi cancelada depois que a polícia apareceu em sua sede.
A federação também rescindiu um contrato com seu consultor jurídico externo Tomas González Cueto, da GC Legal, revogando seus poderes para representar a federação em casos legais, juntamente com seu sócio Ramon Caravaca.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com os dirigentes demitidos e solicitou comentários da GC Legal.
Na quarta-feira, a polícia fez buscas na sede da federação e em um apartamento pertencente a Rubiales, prendendo sete pessoas como parte de uma investigação sobre suposta corrupção que inclui um acordo para transferir a Supercopa da Espanha para a Arábia Saudita.
(Reportagem de Fernando Kallas, Emma Pinedo e David Latona)