Por Eduardo Simões
(Reuters) - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pediu voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, marcado para o próximo domingo, em vídeo divulgado nesta quinta-feira e disse que o petista melhorará a vida das pessoas.
"Meus amigos e minhas amigas, você que melhorou de vida com o real e acredita no Brasil, nessas eleições, não tem dúvida, vote no 13, vote no Lula, porque ele vai melhorar mais ainda a sua vida", afirma FHC, atualmente com 91 anos e que governou entre 1995 e 2002, sendo sucedido por Lula, depois de vencer o petista em duas eleições presidenciais em primeiro turno.
No início deste mês, dias após o primeiro turno da eleição, FHC manifestou apoio a Lula em sua conta no Twitter e, na ocasião, disse que votaria por "uma história de luta pela democracia e inclusão social".
Em 2003, FHC passou a faixa presidencial para Lula, que governaria por dois mandatos até 2010. PSDB e PT polarizaram as disputas presidenciais até 2014. Em 2018, com a vitória de Bolsonaro, a polarização mudou.
FHC e Lula estiveram juntos em episódios históricos da política brasileira, como as Diretas Já, nas greves lideradas por Lula no ABC paulista na década de 1970 e no combate à ditadura militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985 e é elogiada por Bolsonaro, um ex-capitão do Exército.
Além do apoio de FHC, Lula recebeu também o endosso no segundo turno de tucanos históricos, como os senadores José Serra (SP), derrotado pelo petista na eleição de 2002, e Tasso Jereissati (CE). Teve ainda os apoios de economistas envolvidos na formulação do Plano Real --como Pedro Malan, Pérsio Arida e Edmar Bacha-- e de Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central durante parte do governo FHC.
Candidato a vice na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é um dos fundadores do PSDB, tendo deixado o partido neste ano rumo ao PSB para compor a chapa do petista, depois de perder a eleição de 2006 para Lula representando os tucanos.