(Reuters) - O fim das sanções impostas à Rússia faz parte das negociações de paz entre Moscou e a Ucrânia, que são "difíceis", mas continuam diariamente, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em comentários publicados no início deste sábado.
Kiev advertiu na sexta-feira que as conversações sobre o fim da invasão russa, agora em seu terceiro mês, estavam em perigo de colapso.
"No momento, as delegações russa e ucraniana estão realmente discutindo diariamente, via videoconferência, um esboço de um possível tratado", disse Lavrov em comentários à agência oficial de notícias Xinhua da China, publicados no site do Ministério das Relações Exteriores russo.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, tem insistido desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, que as sanções ocidentais à Rússia precisavam ser reforçadas e não podiam fazer parte das negociações.
A Ucrânia e a Rússia não mantêm conversações de paz cara-a-cara desde 29 de março, e a atmosfera tem se deteriorado por causa das alegações ucranianas de que as tropas russas cometeram atrocidades ao se retirarem de áreas próximas a Kiev. Moscou negou as alegações
Moscou chama suas ações na Ucrânia de uma "operação especial" para desmilitarizar e "desnazificar" seu vizinho. A Ucrânia e o Ocidente dizem que a Rússia lançou uma guerra de agressão não provocada.
"A agenda das conversações também inclui, entre outros, as questões de desnazificação, o reconhecimento de novas realidades geopolíticas, o levantamento de sanções, o status da língua russa", disse Lavrov, sem elaborar.
"Somos a favor da continuação das negociações, embora elas sejam difíceis", disse Lavrov.
Os aliados ocidentais da Ucrânia impuseram sanções abrangentes sobre Moscou. Eles congelaram cerca da metade das reservas estatais de ouro e moeda estrangeira da Rússia, martelando a economia russa e colocando-a à beira da inadimplência soberana.
(Reportagem de Lidia Kelly, em Melbourne)