BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que as Forças Armadas não vão participar do processo eleitoral apenas para dar ar de legalidade, e cobrou uma resposta do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para superar o que chamou de "fragilidades" no sistema.
Em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro disse que os militares --que participam de um comitê que acompanha o processo de validação das urnas eletrônicas-- apresentaram "algumas inconsistências" por ofício ao TSE.
Mas, segundo o presidente, o tribunal ainda não se manifestou. Ele afirmou ainda que, se for o caso, o Ministério da Defesa vai reiterar o ofício.
"Sem essas inconsistências superadas, obviamente o ministro da Defesa, Braga Netto, vai se manifestar", disse.
Após um período de trégua, Bolsonaro voltou a questionar as urnas eletrônicas.
O presidente era defensor da adoção do voto impresso para as urnas eletrônicas. Ele chegou a afirmar que poderia não aceitar o resultado das eleições, caso o sistema atual não fosse alterado. Entretanto, essa proposta foi derrotada pelo plenário da Câmara dos Deputados, em votação pautada pelo aliado Arthur Lira (PP-AL).
Posteriormente, Bolsonaro passou a chancelar o atual sistema de votação, após um representante das Forças Armadas ter sido convidado a participar de um comitê de acompanhamento de todo o processo.
(Reportagem de Ricardo Brito)