Por Mark Gleeson
DOHA (Reuters) - Depois de superar Bélgica, Portugal e Espanha no Catar, Marrocos busca colocar outra potência do futebol de joelhos quando enfrentar a França nas semifinais da Copa do Mundo na quarta-feira, em uma partida com conotações políticas e sociais.
Marrocos, primeiro time africano a chegar às semifinais em uma Copa do Mundo, contará com um apoio ensurdecedor no estádio Al Bayt, e eles precisarão de tudo para derrotar os atuais campeões e continuar sua trajetória de conto de fadas.
A partida contra a ex-potência colonial França terá uma questão adicional. As façanhas do Marrocos no Catar forneceram um escape para as comunidades imigrantes marginalizadas na França, que saíram às ruas comemorando suas vitórias.
Os norte-africanos têm aproveitado a onda de apoio ao longo do torneio, com multidões exortando os jogadores em todas as partidas.
Depois de terminar na liderança de um grupo que também incluía Croácia, Bélgica e Canadá, o Marrocos eliminou espanhóis e portugueses para chegar às semifinais.
Mas se eles têm o suficiente para conseguir algo ainda maior, não se sabe.
Por sua própria admissão, há um grande abismo de qualidade entre os dois lados. Espera-se que a França ataque e o Marrocos se feche.
A defesa do Marrocos tem sido sólida, sofrendo apenas um gol - um gol contra diante do Canadá - em suas cinco partidas na competição.
“Agora estamos nos tornando o time que todos amam nesta Copa do Mundo, porque estamos mostrando que mesmo que você não tenha tanto talento e dinheiro, pode ter sucesso”, disse o técnico Walid Regragui.
“Fizemos nosso povo e nosso continente tão felizes e orgulhosos. Quando você assiste Rocky, quer apoiar Rocky Balboa e acho que somos o Rocky desta Copa do Mundo. Acho que agora o mundo está com Marrocos.”
A defesa do Marrocos está prestes a enfrentar seu teste mais difícil, contra o artilheiro do torneio Kylian Mbappé (cinco gols) e Olivier Giroud (quatro), além de Antoine Griezmann, que fez ótima partida na vitória sobre a Inglaterra nas quartas de final.
Uma batalha intrigante também está se aproximando entre os companheiros de Paris Saint-Germain Mbappé e Achraf Hakimi. A Inglaterra manteve Mbappé relativamente sob controle, mas muitas vezes teve que dobrar a marcação na esquerda.
A capacidade do Marrocos de usar seu flanco direito para contra-ataques, através de uma combinação de Hakimi e Hakim Ziyech, será limitada se eles estiverem ocupados tentando parar Mbappé.
“Sempre se resume a alguns detalhes neste nível”, disse o técnico da França, Didier Deschamps. “Qualidade não é suficiente, mas neste plantel também há força mental e um pouco de experiência.”