Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) -Ao instalar a Comissão Nacional do G20, nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou as prioridades brasileiras para o ano em que o país presidirá o grupo das 20 maiores economias do mundo, com foco em combate à fome e à pobreza, mudanças climáticas e reforma da governança global.
"Vamos ter uma reunião histórica para nosso país e uma reunião que eu espero que possa tratar dos assuntos que nós precisamos parar de fugir e tentar resolver", disse o presidente na abertura da reunião, no Palácio do Planalto, que contou com a presença de diversos ministros e outras autoridades.
O Brasil assume no próximo dia 1º a presidência efetiva do G20 pelo próximo ano, até a reunião de cúpula que acontecerá em novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
Os três pontos principais que o Brasil quer levar à mesa são assuntos que o próprio presidente tem levado a discussões nos foros internacionais continuamente, e que agora pretende ver resultados concretos saírem de um ano de negociações.
Lula tem criticado continuamente a chamada governança global, incluindo tanto órgãos como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) quanto o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Não é possível que as instituições de Bretton Woods, Banco Mundial, FMI, e tantas outras instituições financeiras continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido", afirmou.
"Muitas vezes instituições emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países", acrescentou.
A partir de dezembro o Brasil sediará uma série de reuniões de negociações que envolvem todas as áreas do governo. Já no próximo mês haverá, em Brasília, as primeiras reuniões da trilha de sherpas -- os negociadores centrais do G20 -- e da trilha financeira, com os ministérios da Fazenda e Bancos Centrais dos países do bloco.
Ao todo serão mais de 100 reuniões em 19 cidades diferentes do país, passando por temas como trabalho, turismo, saúde, educação e governança, entre outros.
(Reportagem de Lisandra ParaguassuEdição de Pedro Fonseca)