BRASÍLIA (Reuters) - Despacho publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União autoriza auxiliares do presidente Jair Bolsonaro a viajarem a Miami para assessorá-lo entre 1 a 30 de janeiro, já como parte do apoio a que ex-presidentes têm direito por lei, corroborando expectativa de que Bolsonaro deixará o país nas próximas horas, sem passar a faixa a Luiz Inácio Lula da Silva na posse.
Questionado, o Planalto não respondeu de imediato a pedido de informação sobre a possível viagem de Bolsonaro, cujo mandato termina neste sábado. A assessoria confirmou que o presidente, praticamente recluso desde a derrota eleitoral que ainda não reconheceu formalmente, deve fazer uma live nesta sexta às 10h.
De acordo com o Diário Oficial da União, os oito servidores que já haviam sido nomeados para compor a equipe de apoio a Bolsonaro como ex-presidente foram autorizados se afastar do país para realizar o "assessoramento, a segurança e o apoio pessoal do futuro ex-presidente".
Na quarta-feira, o Gabinete de Segurança Institucional já havia autorizado uma agente do seu quadro a viajar a Miami para compor a equipe de "segurança familiar" de Bolsonaro.
A se concretizar a viagem antes da posse de Lula, Bolsonaro quebrará uma tradição simbólica de passar a faixa presidencial ao petista em 1º de janeiro. A rigor, os ritos formais para a assunção do novo chefe do Executivo podem ser realizados sem essa passagem.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; edição de Isabel Versiani)