BOGOTÁ (Reuters) - Guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia são responsáveis pelo sequestro do pais do jogador de futebol Luis Díaz, do Liverpool, no último fim de semana, informou o governo colombiano em um comunicado nesta quinta-feira.
O incidente pode ameaçar as negociações de paz em andamento entre o ELN e o governo, que foram reiniciadas no ano passado na esperança de encerrar a participação do grupo no conflito de 60 anos no país, que já matou pelo menos 450.000 pessoas.
O governo e o ELN iniciaram um cessar-fogo de seis meses em agosto como parte das negociações.
O ministro do Interior da Colômbia, Luis Fernando Velasco, disse que a situação é "muito séria".
"Isso é uma violação do cessar-fogo e... é claro que coloca o processo em risco", disse Velasco a jornalistas.
"Lembramos ao ELN que o sequestro é criminoso, viola o direito internacional humanitário e que seu dever na construção do processo de paz não é apenas parar (o sequestro), mas eliminá-lo para sempre", disse Otty Patino, chefe da delegação de paz do governo, no comunicado, acrescentando que o pai de Díaz deve ser libertado imediatamente.
A mãe de Díaz, Cilenis Marulanda, e o pai, Luis Manuel Díaz, foram sequestrados por homens armados quando estavam dirigindo na província de La Guajira, no norte do país, informaram as autoridades no final do sábado.
Embora Marulanda tenha sido libertada algumas horas depois, o pai do jogador de futebol continua desaparecido.
"Estamos investigando a questão", disse um porta-voz do ELN.
O ELN, o grupo guerrilheiro de esquerda mais radical da Colômbia, há muito tempo financia suas operações com sequestros, extorsões e tráfico de drogas, segundo fontes de segurança.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta e Oliver Griffin)