(Reuters) - O Ministério da Igualdade Racial do Brasil e o Ministério da Igualdade espanhol condenaram nesta terça-feira os ataques racistas ao jogador de futebol brasileiro Vinícius Jr. e pediram que as instituições responsáveis não deixem os autores impunes, de acordo com uma nota conjunta.
"Declaramos solidariedade incondicional a Vini Jr., o jogador agredido... O esporte deve ser um reflexo dos valores de igualdade, respeito e diversidade que norteiam nossas sociedades e nele não há lugar para quem propaga mensagens de ódio, racismo, perseguição e intolerância", disse a nota conjunta.
O comunicado ainda pede que "instituições competentes" respondam com a "maior diligência" em suas ações para punir os autores de todos os ataques racistas no esporte, garantindo a proteção e reparação das vítimas dos crimes.
No domingo, o atacante Vinícius Jr. foi alvo de cânticos racistas por parte de torcedores do Valencia em uma partida com o seu time, Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol em Valência. Os protestos do atacante fizeram o jogo paralisar por cerca de dez minutos.
O governo brasileiro, por meio de uma nota conjunta de vários ministérios, já havia condenado os acontecimentos na segunda-feira, e ainda convocou o embaixador espanhol no país para prestar esclarecimentos.
Mais cedo, a polícia espanhola deteve sete homens por ataques racistas contra o jogador, incluindo três torcedores presentes na partida do último domingo.
A investigação por crime de ódio também inclui o caso em que um boneco inflável com a camisa de Vinícius foi pendurado em uma ponte de Madri por torcedores do rival Atlético de Madrid em janeiro.
(Por Fernando Cardoso)