Heleno diz que Bolsonaro não tinha intenção de dar golpe e tenta amenizar críticas

Publicado 10.09.2021, 20:37
Atualizado 10.09.2021, 20:40
© Reuters. Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno
10/07/2019
REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno, afirmou nesta sexta-feira que nunca houve intenção do presidente Jair Bolsonaro de dar um golpe de Estado, e tentou rebater críticas à nota divulgada na véspera pelo chefe do Executivo.

Em um pronunciamento em vídeo divulgado em redes sociais, Heleno pediu aos apoiadores do governo que não percam o ânimo, afirmando que a esquerda pode voltar ao poder.

"Não podemos desistir do Brasil. Alguns fatos deixaram muitos de nós desanimados. Isso não pode acontecer. A esquerda, apesar de sua passagem desastrosa pelo poder, segue unida e querendo voltar", disse o ministro.

"Ela sofreu também um duro revés, porque descobriu que o presidente Bolsonaro não tinha qualquer intenção de dar o golpe. Nosso presidente possui um formidável senso político", acrescentou.

De acordo com o ministro, o presidente "quer um país que preserve as liberdades individuais, as instituições nacionais, a independência e a harmonia dos Poderes, a paz e a democracia".

Nos protestos de 7 de Setembro convocados por Bolsonaro, o presidente da República fez ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e às eleições de 2022, afirmou que não mais acataria decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes e garantiu que só sairá do cargo preso ou morto.

Os discursos geraram forte repercussão, inclusive no mercado, e o presidente do STF, Luiz Fux, alertou que o descumprimento de decisões judiciais implica em crime de responsabilidade.

Diante do impacto negativo, Bolsonaro divulgou nota na quinta-feira, em que procurou algum tipo de apaziguamento afirmando respeitar as instituições e defendendo a abertura ao diálogo.

A declaração teve impacto negativo entre os apoiadores mais aguerridos do presidente nas redes sociais, o que levou o próprio presidente a justificá-la, dizendo que não via "nada de mais".

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também rebateu as críticas de aliados à nota, avaliada por ele como uma iniciativa de Bolsonaro para distensionar o clima.

© Reuters. Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno
10/07/2019
REUTERS/Adriano Machado

"O presidente Bolsonaro teve a grandeza moral de entender --e colocou por escrito-- que ele usou palavras fortes, que ele foi tomado ali pela emoção do momento, o calor da disputa, vamos falar assim, e fez o seu mea culpa", disse Mourão a jornalistas.

"Tenho entendido que ele teve uma conversa preliminar com o ministro Alexandre de Moraes, e consequentemente eu vejo um caminho aberto para que se retome o diálogo entre os dois Poderes, né, um diálogo respeitoso. Cada um atuando na sua esfera de atuação e consequentemente diminuindo a tensão no país e fazendo com que as pessoas retomem o seu dia a dia normal e deixem de abrir os jornais ou assistir à televisão todo dia esperando qual é a briga de hoje."

 

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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