(Reuters) - A República Islâmica marcou o 44º aniversário da Revolução Iraniana, neste sábado, com comícios organizados pelo Estado, mas hackers antigoverno interromperam brevemente um discurso televisionado do presidente iraniano, Ebrahim Raisi.
O presidente, cujo governo linha-dura enfrenta uma das mais ousadas resistências de jovens manifestantes que pedem pela sua saída, solicitou à “juventude enganada” que se arrependa para que possam ser perdoados pelo líder supremo do Irã.
Nesse caso, "o povo iraniano os receberá com braços abertos", disse ele a uma multidão reunida na ampla Praça Azadi de Teerã.
Seu discurso televisionado ao vivo foi interrompido na internet por cerca de um minuto, com a aparição de um logotipo na tela de um grupo de hackers antigoverno iraniano que atende pelo nome "Edalat Ali (Justiça de Ali)". Uma voz gritou "Morte à República Islâmica".
Protestos em todo o país varreram o Irã após a morte, em setembro, da jovem de 22 anos Mahsa Amini sob custódia da polícia da moralidade do país.
As forças de segurança responderam com uma repressão mortal aos protestos, um dos maiores desafios à República Islâmica desde a revolução de 1979 que derrubou 2.500 anos de monarquia.
Na véspera do aniversário, na noite de sexta-feira, a mídia estatal exibiu fogos de artifício como parte das comemorações patrocinadas pelo governo e pessoas cantando "Allahu Akbar! (Deus é o maior!)". No entanto, muitos puderam ser ouvidos gritando "Morte ao ditador!" e "Morte à República Islâmica" em vídeos publicados nas redes sociais.
A Reuters não pôde verificar independentemente as publicações nas redes sociais.